Filho de Bolsonaro é denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica

Jair Renan Bolsonaro é acusado de uso de documento falso para obtenção de empréstimo bancário

O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios formalizou uma denúncia contra Jair Renan Bolsonaro, conhecido como “zero quatro”. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro vai responder por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. As acusações surgem após uma investigação que aponta para o uso de informações falsas da empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia para obter um empréstimo bancário não pago.

Segundo o inquérito da Polícia Civil, a suspeita recai sobre uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da referida empresa, utilizada para embasar um empréstimo bancário. O documento falso, segundo investigadores, tinha como objetivo proporcionar lastro para a obtenção do crédito. A empresa em questão tinha como principal ramo de atuação a prestação de “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”.

O relatório final do caso destacou que “não há dúvidas” sobre a falsidade das declarações apresentadas ao banco. Os investigadores apontam para aspectos materiais e ideológicos que sustentam essa conclusão, incluindo assinaturas falsificadas e informações inverídicas nos documentos.

De acordo com as investigações, Jair Renan Bolsonaro e seu sócio, Maciel Alves, teriam contraído pelo menos três empréstimos no Banco Santander. Parte dos valores obtidos ilegalmente teriam beneficiado Jair Renan, como indicado pelo pagamento de faturas de cartão de crédito da empresa no valor de cerca de R$ 60 mil.

Em seu depoimento, Jair Renan negou reconhecer suas assinaturas nas declarações de faturamento e também negou ter solicitado empréstimos. Contudo, evidências apresentadas pelos investigadores, incluindo perícias, testemunhas e registros de atividades bancárias, contradizem sua versão dos fatos.

Na ocasião do indiciamento, o advogado Admar Gonzaga, representante de Jair Renan, optou por não comentar devido ao sigilo do caso. Já Pedrinho Villard, advogado de Maciel Alves, expressou confiança na absolvição de seu cliente.

 

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Quem é o vereador que jogou mais de R$ 200 mil fora antes de ser preso pela PF

Vereador Joga R$ 220 Mil Pela Janela Antes da Prisão

Na manhã de 10 de dezembro, o vereador Francisco Nascimento, de Campo Formoso (BA), foi preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Overclean. Antes de ser detido, Nascimento tentou se livrar de uma sacola contendo mais de R$ 220 mil em espécie, jogando-a pela janela de sua residência. No entanto, a ação não foi suficiente para evitar a apreensão do dinheiro pela PF.

Francisco Nascimento, primo do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), é suspeito de participar de um esquema de desvio de verbas de emendas parlamentares através do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). A operação, realizada em parceria com a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), também contou com o apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).

As investigações indicam que o grupo suspeito direcionou recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos. A operação resultou em 17 mandados de prisão preventiva, com pelo menos 15 cumpridos, e 43 mandados de busca e apreensão.

Além do dinheiro encontrado com Nascimento, outro alvo da operação, Flavio Henrique Lacerda Pimenta, teve R$ 700 mil em espécie apreendidos. A PF também apreendeu joias com a simbologia do Senhor do Bonfim, relógios de luxo e mais uma quantia de dinheiro em espécie.

A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024. O grupo realizava a lavagem de dinheiro de forma sofisticada, utilizando empresas de fachada controladas por laranjas e grande fluxo de dinheiro em espécie para mascarar a origem dos recursos desviados.

A atuação do grupo envolvia operadores centrais e regionais que cooptavam servidores públicos para obter vantagens ilícitas, tanto no direcionamento quanto na execução de contratos. Após a celebração dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam sobrepreços, repassando propinas por meio de empresas de fachada ou métodos que ocultavam a origem dos recursos.

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