Filho de chefe do PCC usava empresa de fachada para lavar dinheiro, revela MP em operação em Campinas

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Preso em operação, filho de chefe do PCC usava empresa de fachada para lavar dinheiro do pai, aponta MP

Segundo o órgão, Sérgio Luiz de Freitas Neto teve papel central em esquema para ocultar imóveis comprados com dinheiro ilícito do pai, Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, um dos principais chefes da facção em liberdade.

Suspeito de lavar dinheiro para DE morre em operação em Campinas

Investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontam que Sérgio Luiz de Freitas Neto usava uma empresa de fachada para ocultar imóveis comprados com dinheiro ilícito do pai, Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, considerado um dos principais chefes do grupo criminoso DE em liberdade. Entenda abaixo.

Sérgio Neto foi preso nesta quinta-feira (30) em Campinas (SP), na operação contra um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa. A ação foi realizada pelo MP junto do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) da Polícia Militar.

Foragido há anos, “Mijão” também é um dos alvos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas, mas segue sem ser localizado.

EMPRESA DE FACHADA PARA OCULTAR IMÓVEIS

Sérgio Luiz De Freitas Neto, filho de ‘Mijão’, principal chefe do PCC foragido, usava empresa de fachada para lavar dinheiro do pai, aponta MP. Segundo as investigações do MP, o filho de “Mijão” teve papel central em um esquema de lavagem de dinheiro que envolveu a ocultação de dois imóveis adquiridos com recursos do tráfico de drogas e da atuação da organização criminosa.

Sérgio Neto teria atuado junto de Maurício Silveira Zambaldi, conhecido como “Dragão”, sua esposa Vanessa Janizelo Zambaldi, o investigado Ronaldo Alexandre Vieira e o próprio “Mijão” para dissimular a propriedade dos imóveis.

Os bens, segundo o MP, foram adquiridos com capital ilícito e passaram por uma série de transações fraudulentas para ocultar sua origem.

TRANSFERÊNCIA PARA EMPRESA DO FILHO

Pouco mais de um mês após a compra, em 23 de fevereiro de 2024, Ronaldo transferiu os imóveis para a empresa Avantex Empreendimentos e Participações, por meio de escritura de compra e venda. Conforme apurado pelo MP, a Avantex é uma empresa de fachada controlada por Sérgio Neto, que teria sido criada para receber os bens de “Mijão” e ocultar a verdadeira propriedade dos imóveis.

O Ministério Público destaca que, embora a escritura tenha sido lavrada, os imóveis não foram registrados em nome da Avantex, o que indica o uso de “subterfúgios para impedir os órgãos de investigação de encontrar os bens em seu nome, mas mantendo consigo instrumentos públicos que podem usar legalmente para exigir o imóvel para si quando necessário”.

RELAÇÃO ANTIGA ENTRE ENVOLVIDOS

A relação entre Maurício Zambaldi e “Mijão” seria antiga, segundo o MP, desde a juventude de ambos no bairro São Fernando, em Campinas. Essa proximidade teria levado a uma parceria criminosa, com Maurício sendo responsável por operacionalizar o sistema de lavagem de dinheiro do “Mijão”.

Para o MP, a atuação dos envolvidos configura “uma clássica manobra de lavagem de capitais, utilizando-se de transações subfaturadas e sucessivas para distanciar os bens de sua origem ilícita e ocultar seu verdadeiro titular, Sérgio “Mijão”.

PRESOS NA OPERAÇÃO

Em atualização no final da tarde, o MP informou que, das nove prisões decretadas, seis pessoas foram presas. Outros dois já estavam presos e um está foragido. São eles: Eduardo Magrini, vulgo “Diabo Loiro”, Sérgio Luiz de Freitas Neto (filho do “Mijão”), Renan Ferraz Castelhano, Ronaldo Alexandre Vieira, Maurício Conti, Bárbara Batista Borges, Maurício Silveira Zambaldi, o “Dragão”, e José Ricardo Ramos. A operação também mira Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, que foi alvo de mandado de busca e apreensão. Além dele, há empresários, agiotas e influenciadores digitais entre os investigados. Assim como “Mijão”, Caipira está foragido há anos. Ambos integram a lista de criminosos mais procurados do país. As últimas informações do MP indicam que os dois estariam na Bolívia.

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