Filho de motorista assassinado relata detalhes do crime: “Rondou a casa”

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Filho de motorista morto por empresário detalha crime: “Rondou a casa”

Caso aconteceu na quinta-feira (6/2), em Samambaia Norte. Crime teria sido motivado por uma vaga de estacionamento em área pública

Momentos antes de matar a tiros o motorista de transporte escolar Adriano de Jesus Gomes, 50 anos, por causa de uma vaga de estacionamento, o autor do crime, Francisco Evaldo de Moura, 56, vizinho da vítima, teria ido à casa do trabalhador, “rondado o local” e “batido várias vezes no portão” da residência.

Conforme informou o filho do motorista, Gabriel Ferreira, 20, que também foi alvo do atirador, Francisco teria estacionado o carro dele próximo à casa da família, com “intenção de provocar”. Em seguida, aguardou a chegada de Adriano, que não estava no local.

Na manhã de quinta (6/2), Francisco Evaldo de Moura discutiu com o motorista Adriano de Jesus Gomes e o filho da vítima, Gabriel Ferreira. Francisco teria ido à casa de Adriano e iniciado discussão após ver o carro de Gabriel estacionado em área pública. Câmeras registraram o momento da discussão entre os três envolvidos, bem como o tiroteio. Francisco sacou uma arma da cintura e disparou ao menos quatro vezes contra Adriano e Gabriel. Após matar o vizinho, Francisco fugiu em um Chevrolet Ônix prata.

Ao Metrópoles, Gabriel contou que viu o momento em que o empresário apontou a arma para ele e disparou. Por instinto, o jovem correu para casa, sem perceber que o pai havia sido ferido. Ao perceber a movimentação, a mãe do rapaz correu para tentar prestar socorro aos familiares.

“Eu cheguei até o portão e falei para eles voltarem para casa. Nisso, ele sacou a arma. Ai ele tentou atirar no Gabriel. Graças a Deus o meu filho correu. Caso contrário, a tragédia teria sido bem maior. Ao perceber que o Gabriel tinha corrido, o autor foi atrás do meu marido e começou a disparar contra ele”, contou.

FAMÍLIA CLAMA POR JUSTIÇA

Emocionada, Elaine não conseguiu conter as lágrimas ao falar do companheiro. Em entrevista ao Metrópoles, a artesã contou não saber como seguir a vida sem ele.

“Eu não sei como vou viver sem aquele homem, que era tudo para mim. Ele sempre esteve ao meu lado e ao lado dos meus filhos. Sempre me ajudou em tudo. Eu sei que ele terá a justiça de Deus, pois Deus presenciou tudo o que ele fez. Mas eu quero também a justiça dos homens, e que ele pague por tudo o que fez com a minha família”, disse a mulher, aos prantos.

BRIGAS CONSTANTES

A desavença entre os vizinhos era antiga, segundo relatos. Principalmente devido ao local em que Adriano deixava estacionado o carro. Em uma ocasião anterior, Francisco ainda teria brigado com a esposa da vítima enquanto ela lavava a área da própria residência Francisco confirmou que havia provocações entre ele e a vítima desde quando se mudou para a casa, há cerca de 15 anos.

PRISÃO MANTIDA

Após o crime, Francisco fugiu. No dia seguinte ao homicídio, o comerciante se apresentou à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte). Ao Metrópoles, horas antes de se entregar, o homem confessou o assassinato e disse se arrepender “amargamente”. Na delegacia, o advogado do autor, Eduardo Vinicius Lopes de Castro, entregou a pistola usada no crime para um policial. A arma estava com uma munição na agulha, retirada no momento da apreensão. De acordo com o assassino, a arma do crime pertence ao filho dele, que seria policial do Exército.

O empresário teve a prisão mantida na manhã deste domingo (9/2), após passar por audiência de custódia. Ele permanecerá preso até julgamento, sem data prevista.

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