Filho e ex de Bolsonaro receberam dinheiro ilícito por 7 e 16 anos seguidos

dinheiro

Uma série de depósitos de origem não comprovada foram identificados em nome do filho e da ex-esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle. A fonte suspeita do dinheiro pode estar relacionada aos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete do vereador pelo Rio de Janeiro. Juntos, a soma chega a R$ 477 mil.

 

No caso de Ana Cristina, a apuração envolve dois períodos. Ela recebeu 177 depósitos sem identificação entre 2005 e 2021 e também R$ 34,2 mil em três depósitos feitos por Jair Bolsonaro de 2012 a 2014. A ex-esposa de Bolsonaro atuou como chefe de gabinete do filho dele, Carlos, de 2001 a 2008.

 

O vereador do Rio de Janeiro teve a entrada de R$ 91.088 em sete depósitos na conta bancária entre 2008 e 2015, período em que exercia mandatos como vereador. Além disso, a investigação coordenada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) desconfia do fracionamento de dinheiro em espécie.

 

Ana e outros sete parentes teriam sido funcionários fantasma do gabinete de Carlos, considerado líder da organização criminosa pelo juiz que autorizou a quebra do sigilo bancário há dois anos. As informações de 26 pessoas foram incluídas no “pacote” para desvendar o caso. O grupo identificou fortes indícios de lavagem de dinheiroCarlos exerce o quinto mandato como vereador pelo Rio de Janeiro. Ele foi eleito pela primeira vez em 2000, aos 17 anos de idade.

 

De acordo com o Código Penal, peculato é a apropriação ou desvio de bem público por funcionário público. A pena é de prisão de 2 a 12 anos e multa. A lei prevê pena mais branda para os casos culposos, onde o servidor não teve intenção de cometer o crime ou se incorrer em erro de outra pessoa.

 

A organização criminosa é a associação de quatro ou mais pessoas para obter vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais. A punição é reclusão de 3 a 8 anos e multa. Já a lavagem de dinheiro, que é a ocultação ou dissimulação da origem ilícita de bens ou valores resultado de crimes, tem pena de 3 até 10 anos de reclusão e multa, embora a pena possa ser maior para os casos nos quais o crime ocorra de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

Fontes suspeitas pelo MPRJ

Ana Cristina

-2005 a 2021: R$ 385,8 mil em 177 depósitos 

-2012 a 2014: R$ 34,2 mil em três depósitos feitos por Jair Bolsonaro 

 

Carlos Bolsonaro

-2008 a 2015: R$ 91.088 em sete depósitos

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Operação desmantela esquema de fraudes de R$ 40 milhões no Banco do Brasil; grupo aliciava funcionários e terceirizados

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) lançaram uma operação para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes que somaram mais de R$ 40 milhões contra clientes do Banco do Brasil. A ação, realizada na manhã desta quinta-feira, 21, incluiu a execução de 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados, entre eles funcionários e terceirizados do banco.
 
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), revelaram que os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos, como modens e roteadores, para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes. Esses dispositivos permitiam que os criminosos manipulassem informações, realizassem transações bancárias fraudulentas, cadastrassem equipamentos, alterassem dados cadastrais e modificassem dados biométricos.
 
A quadrilha atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas. Havia aliciadores que recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais; aliciados que forneciam suas credenciais mediante pagamento; instaladores que conectavam os dispositivos aos sistemas do banco; operadores financeiros que movimentavam os valores desviados; e líderes que organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema.
 
As denúncias começaram a chegar à polícia em dezembro de 2023, e as investigações apontaram que o grupo criminoso atuava em várias agências do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, incluindo unidades no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel, Centro do Rio, Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.
 
O Banco do Brasil informou que as investigações começaram a partir de uma apuração interna que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. A instituição está colaborando com a investigação, fornecendo informações e subsídios necessários.
 
A operação contou com a participação de cerca de 25 equipes policiais e tem como objetivo apreender dispositivos eletrônicos ilegais, coletar provas e identificar outros integrantes do esquema criminoso. Além disso, as autoridades estão em busca do núcleo superior do grupo criminoso e dos beneficiários dos recursos desviados.

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