Filho que matou advogado por causa de venda de fazenda tinha dívida de R$ 22 milhões, diz delegado
O suspeito pode responder por homicídio duplamente qualificado, informou o delegado. O crime aconteceu em fevereiro de 2025, em Jussara.
Filho que matou advogado por causa de venda de fazenda tinha dívida de R$ 22 milhões
Alanderlon Wanderlei de Oliveira, que matou seu pai o advogado Adeon Paula de Oliveira, de 75 anos, por causa de disputa envolvendo uma fazenda, tinha uma dívida de R$ 22 milhões, segundo o delegado do caso, Ricardo Ramos. O filho, que também é advogado, pode responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por meio que dificultou a defesa de Adeon, informou Ricardo.
Ao DE, a defesa de Alan disse que entrou em contato com a assessoria do Promotor de Justiça para pedir uma nova investigação e descobrir o verdadeiro autor do homicídio (leia a nota completa ao final do texto).
Segundo o Ricardo, o filho fez R$ 22 milhões de dívidas em empréstimos hipotecários usando a fazenda como garantia sem que o pai soubesse.
O crime aconteceu dia 23 de fevereiro de 2025, em Jussara, região oeste de Goiás. Adeon foi encontrado morto na própria fazenda com dois tiros na cabeça, segundo o delegado.
PAI QUIS VENDER FAZENDA
Em entrevista à TV Anhanguera, o delegado informou que assim que Adeon descobriu as dívidas, ele tentou vender a fazenda para cumprir com as obrigações do filho.
O delegado informou que durante o processo de venda, todas as negociações davam errado, o pai descobriu que o filho estava interferindo falando mal da fazenda por “baixo dos panos”. “O pai passou a procurar comprador por conta própria e achou em fevereiro de 2025 alguém que pagaria R$ 17 milhões pela fazenda”, disse Ricardo.
Ele não planejou por muito tempo, os problemas foram surgindo e ele percebeu que o único jeito de obter um patrimônio e não sofrer os danos financeiros era ceifando a vida do pai,” disse Ricardo.
Segundo o delegado, o filho tentou igualar a proposta para ficar com a fazenda, mas Adeon não confiava mais no filho. Ao DE, o delegado informou que a venda da fazenda foi imediatamente cancelada pelo filho após a morte do pai.
CRIME
Segundo a polícia, o corpo do advogado foi encontrado em uma rede pelo filho, Alanderlon. O delegado disse que a arma do crime não foi encontrada.
O inquérito foi concluído na quinta-feira (25) e enviado para o Ministério Público. O DE pediu uma nota para o MP e aguarda retorno até a última atualização desta reportagem.
Alanderlon foi preso, mas atualmente responde o processo em liberdade, informou o delegado.
QUEM ERA ADEON DE OLIVEIRA
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil o advogado Adeon Paula de Oliveira foi ex-presidente da subseção de Jussara. Ele advogava em causas relativas ao litígio de terras e heranças.
A defesa recebeu com absoluta surpresa porque as investigações não terminaram. Ficamos de encaminhar documentos que comprovam a absoluta inocência do Alan e, quando lá chegamos, fomos comunicados que o inquérito havia sido concluído.
Já entramos em contato com a assessoria do Promotor de Justiça e só estamos aguardando seu retorno para levarmos essa documentação e requerer novas diligências para se chegar ao verdadeiro autor desse bárbaro homicídio. Lamentamos profundamente a forma açodada e desinteressada do delegado que presidiu as investigações.
Nota OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) acompanha, com a devida atenção, os desdobramentos do caso que envolve o advogado Alandelon Wanderlei de Oliveira, apontado como autor da morte de seu pai, o também advogado Adeon Paula de Oliveira, ex-presidente da subseção de Jussara.