Finalizada portaria para monitorar tortura em presídios goianos

Uma portaria conjunta com diretrizes para monitorar casos de tortura ou maus-tratos em prisões de Goiás foi concluída nesta segunda-feira, 4. Os membros do Grupo de Trabalho Interinstitucional, formado com base no Decreto Judiciário n.º 1.871/2023 do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), foram os responsáveis pela redação final do texto que versa sobre procedimentos administrativos e fluxos para a recepção, processamento, qualificação, encaminhamento e monitoramento de informações.

A Portaria foi elaborada de maneira colaborativa por representantes do TJGO, Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás (CGJGO), Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Defensoria Pública do Estado de Goiás, Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) e Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP). A versão final do documento será submetida à assinatura das autoridades responsáveis de todas as instituições parceiras.

O juiz auxiliar da Presidência do TJGO e coordenador do Grupo de Trabalho, Reinaldo de Oliveira Dutra, declarou: “Na reunião de trabalho de hoje, foram resolvidos todos os pontos de divergências. Todas as questões pendentes foram debatidas, discutidas e resolvidas nessa reunião.” Ele enfatizou que o objetivo é identificar e investigar indícios de tortura e maus-tratos durante as audiências de custódia.

O Grupo de Trabalho foi estabelecido pelo presidente do TJGO, desembargador Carlos França, com o propósito de combater a tortura e os maus-tratos nas prisões. O GT tem como missão estabelecer um fluxo interinstitucional e procedimentos para lidar com casos de violência no sistema prisional e durante audiências judiciais. A iniciativa conta com o apoio do Programa Fazendo Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF).

Entre as principais atribuições do Grupo de Trabalho, estão a definição de protocolos para prevenir e combater a tortura e os maus-tratos em estabelecimentos penitenciários, durante prisões e deslocamentos de detentos sob custódia do Estado. Além disso, busca-se fortalecer a cooperação entre as instituições para garantir a investigação adequada e o encaminhamento das denúncias de tortura ou maus-tratos, incluindo o mapeamento dos serviços e equipamentos da rede de proteção social envolvidos, com o objetivo de assegurar atendimento médico e a reabilitação adequada das vítimas.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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