Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê alavancada de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Goiânia. Pesquisadores alertam que a tendência é de crescimento superior a 95% na capital sendo o mesmo índice projetado para todo o estado. A doença afeta os pulmões, tem sintomas parecidos com de uma forte gripe e costuma exigir internação do paciente.
O aumento de casos positivos de Covid entre a população goianiense está relacionado ao recente crescimento de pessoas infectadas pelo coronavírus. A observação é do coordenador do InfoGripe, da Fiocruz, o cientista Marcelo Gomes. “Essa propensão vem sendo observada desde 24 de abril. A estimativa é de 6 mil casos de SRAG no fim de maio”.
Apenas na semana passada, a Prefeitura de Goiânia registrou a Covid em 21,8% dos testes gratuitos realizados em uma série de ações em massa espalhadas pela cidade. Os dados goianos de pessoas com resultado positivo para o coronavírus saltaram 136% em comparação às últimas quatro semanas, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Goiânia faz parte das 20 capitais brasileiras com indícios de crescimento na tendência de longo prazo de SRAG. Em nível estadual. Goiás e mais 17 unidades da federação apontam o ritmo de subida desde o fim de abril deste ano, acompanha a Fiocruz.
Transmitida de pessoa a pessoa por inalação de partículas ou gotículas respiratórias da pessoa infectada ou ainda contato direto com superfícies ou objetos contaminados, a SRAG tem o atual contexto como ideal para se propagar. O infectologista Marcelo Daher lembra que o isolamento e o uso de máscara ajudaram a doença a se recuar durante o período da pandemia.
“Muitas vacinas ajudariam neste caso, aquelas contra covid, influenza…elas diminuem as chances de SRAG. O tempo frio e seco pioram a situação e aumentam as chances da doença. Crianças têm mais vulnerabilidade porque estão nos extremos de idade, assim como os idosos. A prevenção é o distanciamento social, usar máscara, evitar ambiente fechado com muitas pessoas”, frisa Daher.
Risco para todas as idades
Embora o sinal de crescimento recente esteja presente em faixas etárias da população adulta, o coronavírus é o terceiro tipo de microorganismo que mais causa a doença em crianças de zero a 4 anos. Cerca de 48% das ocorrências de SRAG e 84% dos óbitos pela síndrome em maio, no Brasil, foram em função da Covid.
Diante do novo cenário, que aponta aumento de casos de SRAG na população adulta, o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, recomenda atenção especial na rede laboratorial de todo o território nacional para que haja identificação adequada de quais vírus estão associados a essa mudança de tendência recente, especialmente para diferenciar covid e Influenza.
Orientação
Quando uma pessoa apresenta sintomas de SRAG, o atendimento médico deve ser de urgência porque geralmente são necessários cuidados mais intensos, como a internação, o isolamento social e a realização de testes que auxiliem na identificação da causa da Síndrome. A doença costuma ser tratada com inalação de oxigênio e pode ser recomendada intubação do paciente.