O governo do Rio de Janeiro tem intensificado a fiscalização nos presídios estaduais, resultando na apreensão de 16 mil celulares ao longo de dois anos. De acordo com dados obtidos pelo blog, a média de apreensões diárias em 2023 e 2024 foi de 22 aparelhos, totalizando 666 por mês. A preocupação com a comunicação dos presos através desses dispositivos levanta questões sobre como os celulares, equipamentos e até drogas têm conseguido entrar no sistema penitenciário sem serem detectados.
Em um único mês, fevereiro de 2025, foram encontrados 126 celulares com os presidiários em um período de cinco dias, evidenciando a gravidade do problema. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do RJ, questionada pelo blog, destacou o aumento da fiscalização nas cadeias nos últimos anos, porém não explicou como os celulares estão sendo introduzidos nos presídios. A preocupação com a segurança e controle do sistema prisional é evidenciada pelas constantes apreensões desses dispositivos ilegais.
Uma operação realizada pela Seap nas penitenciárias Esmeraldino Bandeira e Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4) resultou na apreensão de nove celulares, um roteador e 1kg de drogas. Os agentes tiveram que usar marretas para quebrar buracos onde alguns aparelhos estavam escondidos, reiterando a criatividade dos detentos para driblar a segurança. A ação foi direcionada a integrantes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) e é um desdobramento da Operação Strangulatio, que visa combater o crime organizado dentro dos presídios cariocas.
Além das apreensões, a Justiça determinou o afastamento de membros da equipe penitenciária por suspeita de corrupção. Um presidiário denunciou que estava sendo coagido a pagar propina para obter benefícios como laudos médicos e prisão domiciliar, em um esquema que envolve valor de até R$ 600 mil. A situação expõe a fragilidade do sistema prisional e a necessidade de medidas mais rigorosas para combater a corrupção e garantir a segurança tanto dos agentes quanto dos presos. O desafio de controlar a entrada de celulares e outros itens ilegais nos presídios do Rio de Janeiro demanda uma ação coordenada e eficaz por parte das autoridades.