Fizemos muito em pouco tempo, diz Temer a investidores em São Paulo

O presidente Michel Temer, em discurso para uma plateia de investidores internacionais, disse que o seu governo fez “muito em pouco tempo” e garantiu que os estrangeiros encontram no país “uma economia que se recupera e que se moderniza”. O evento, Fórum de Investimentos Brasil 2017, ocorreu hoje (30) na capital paulista.

Temer disse que os investidores encontram no país um governo determinado em completar as reformas “que estão transformando o país e abrindo novas oportunidade para todos”. “Eu quero transmitir uma mensagem clara, o nosso governo devolveu ao Brasil o caminho do desenvolvimento e, desse caminho, não nos afastaremos.”

O presidente criticou governos anteriores, que, na sua opinião, implementou medidas populistas. “Não permitiremos que voltem a colocar em risco o presente e o futuro dos brasileiros”, declarou Temer. O foco continua sendo o equilíbrio das contas.

“Assim que assumi o governo, a primeira palavra foi que é preciso que o governo corte na própria carne. Seria muito cômodo se assumisse o governo e deixasse as coisas como estavam”. O presidente destacou a interação intensa entre Câmara, Senado e o governo. “Foi a partir da construção desses consensos que conseguimos aprovar a reforma do teto dos gastos públicos.”

Além de Temer, outras autoridades também discursaram durante o fórum. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, declarou que o país restaurou os fundamentos da economia e que tem criado bases para o desenvolvimento sustentável. “No momento estamos efetuando profundas e audaciosas reformas, que são consideradas absolutamente necessárias.”

Para ele, a Previdência é deficitária e socialmente injusta, assim como a legislação trabalhista atual, que permite, por exemplo, o ajuizamento de 4 milhões de ações trabalhistas. “Quem se conforma com essa situação são apenas alguns setores mais reacionários”, criticou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que o Brasil, desde o ano passado, passou a construir uma agenda de reformas de forma conjunta com a Câmara e o Senado. “Nos anos anteriores, o Brasil criou um estado gigante, que apenas garante recursos aos privilegiados. A sociedade vem usado de forma permanente por poucas corporações de privilegiados e que agora querem manter os seus benefícios”, declarou.

Maia reiterou que a agenda da Câmara de Deputados tem como foco o setor privado. “Não queremos mais que a burocracia prejudique a capacidade de investimentos, principalmente a geração de empregos. Recebemos reformas importantes do governo, começando pela  proposta de emenda constitucional (PEC) do Teto, que pra mim foi uma grande revolução.”

Eunício Oliveira, presidente do Senado, assim como Maia, afirmou que há “uma interação perfeita em relação às matérias que são votadas na Câmara e no Senado. Assim como as matérias votadas no Senado têm recebido uma verdadeira interação com o Brasil.”

Oliveira disse que as reformas pretendidas pelo governo serão aprovadas. “Vamos aprová-las, todas, porque essa é a vontade dos representantes do povo no Congresso Nacional. É uma agenda para o futuro.”

Fonte: Agência Brasil

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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