Flamengo de Filipe Luís: controle defensivo, poucos gols e paradoxo digno de atenção

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Controle, solidez defensiva e poucos gols: o paradoxo do Flamengo de Filipe Luís

Rubro-Negro mantém defesa impenetrável e controle do jogo, mas sofre para transformar volume ofensivo em gols. O DE teve mais posse, controlou o ritmo, girou a bola de um lado para o outro… e venceu o Internacional por 1 a 0 no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores.

Na cabeça de muitos flamenguistas, a pergunta inevitável é: “Poxa, mas só um gol? Não dava para ser mais?” O resultado precisa ser valorizado. Trata-se de um clássico nacional, contra um adversário de peso. Ganhar por 1 a 0 em casa é um ótimo placar e não pode ser subestimado. Foi o que Filipe Luís reforçou na coletiva, tentando reduzir a altíssima expectativa da torcida, especialmente diante de uma equipe forte e competitiva como o Inter.

Ainda assim, fica a sensação de que o time poderia transformar o domínio e o cuidado na saída de bola em mais gols. Não é exatamente um problema, até porque esse controle também é uma forma de defesa. O DE chegou ao 30º jogo no ano sem sofrer gols e, mais importante, sem permitir ao adversário nenhuma chance clara de finalização.

Há uma expectativa de que a equipe vá golear sempre. Isso não existe, nem nos melhores campeonatos do mundo. Hoje, o Flamengo por vezes encontra dificuldade para quebrar defesas bem postadas e criar muitos espaços. Há méritos do adversário, como o Inter, que se fechou bem e frustrou a blitz inicial, mas também existem falhas próprias.

No momento em que tem a posse de bola, Filipe Luís conta com um elenco poderoso que permite várias variações. Com Emerson Royal em campo, Allan recuava para formar a saída de três, com os laterais avançando bastante e Jorginho atuando como um camisa 8, responsável por articular e ditar o ritmo das jogadas. No ataque, o quarteto ofensivo se movimentava constantemente na defesa do Internacional, trocando posições, acelerando jogadas e explorando ultrapassagens. Tudo treinado e pensado por Filipe Luís, que prefere manter a calma na defesa para, no momento certo, imprimir intensidade no ataque.

O segundo tempo mostrou que as escolhas de Filipe Luís têm lógica, permitindo que o DE soubesse sofrer diante de um adversário de qualidade que buscou o ataque. No fim, Filipe é mais pragmático do que o torcedor gostaria de admitir. “Ataque ganha jogos e defesa, campeonatos” é a síntese de sua filosofia, algo natural para quem teve Diego Simeone como mentor, mas que pode frustrar expectativas moldadas pela história do DE. Ao priorizar uma saída de bola segura e bem estruturada, o Flamengo reduz a presença na área e aposta na movimentação e na velocidade do ataque. A entrada de Lino, a capacidade de decisão de Bruno Henrique e a consistência de Luiz Araújo têm aumentado o poder ofensivo, mas contra defesas fechadas, como a do Internacional, talvez seja necessário reforçar a presença na área.

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