Flamengo domina o Internacional no Beira-Rio: abismo entre as equipes se evidencia no confronto da Libertadores.

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Passeio rubro-negro no Beira-Rio mostra que hoje existe um abismo entre Flamengo e Internacional. O único momento em que o Internacional conseguiu surpreender o Flamengo foi na desastrada chuva de papéis picados que atrasou o jogo. No confronto válido pelas oitavas da Libertadores, uma tempestade de papeis picados tomou o gramado do Beira-Rio e atrasou o jogo em mais de vinte minutos. A beleza da chuva prateada durou uns dois minutos, até que se percebesse o papelão causado pelos papéis. No fim das contas, pareceu apenas uma manobra diversionista, talvez com a intenção de desconcertar os rubro-negros.

Mas o Flamengo não se desconcertou, nem se desconcentrou. Permaneceu impávido, pisando sobre o chão de prata do Beira-Rio, para dominar completamente a equipe de Roger Machado — jamais houve superioridade visitante nesse nível em algum mata-mata disputado no estádio colorado. É verdade que nos primeiros minutos, na base de uma vontade que logo evaporou, o Internacional conseguiu passar a ideia de algum equilíbrio. Era apenas uma miragem. Com o Flamengo conseguindo se acomodar em campo, ficou evidente a disparidade atual entre as equipes — a diferença de poderio financeiro nunca havia se traduzido de forma tão dramática.

Enquanto o Flamengo teve desempenho coletivo e individual condizente com sua posição de melhor time do continente, favorito maior a tudo que disputa, os colorados viveram uma noite desastrosa em que é difícil achar algum nome que não tenha sucumbido. A atuação de luxo dos rubro-negros começou pelo sistema defensivo, em noite impecável, passou pela inspiração de Saúl e Jorginho no meio-campo e encontrou seu aspecto mais letal no desempenho de Gonzalo Plata e De Arrascaeta, capazes de desequilibrar meio mundo e desorientar adversários inocentes como foi o Internacional.

Pelo lado colorado, a imagem que resume uma das noites mais melancólicas de uma formação colorada no gramado do Beira-Rio aconteceu no fim do primeiro tempo. Faltando alguns segundos para o intervalo, o Inter contava com uma falta no campo de ataque. Em vez de apelar para um chuveiro desesperado, como fazem os times com algum poder de indignação, preferiu trocar três passes protocolares e esperar o apito do juiz. A disparidade entre as equipes é evidente, mas esse tipo de conformismo sempre é mais revoltante do que a derrota em si.

Nos últimos dias, foi impossível não sentir inveja profunda dos flamenguistas que resolveram viajar a Porto Alegre, aproveitando também o jogo pelo Brasileiro, no fim de semana passado. Desde domingo desfilavam despreocupados pela orla e pelos parques da capital informal do Mercosul, conhecendo belezas que o Rio de Janeiro é incapaz de proporcionar. Mais do que isso, traziam esse semblante vitorioso que passou a lhes acompanhar aonde quer que andem nos últimos anos. Aos colorados, mesmo com ruas de fogo, o desfecho da quarta-feira deixou evidente que atualmente há um abismo entre Inter e Flamengo.

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