Jovens perdem espaço com Filipe Luís, e Flamengo chega a dois meses sem jogador da base como titular
Último prata da casa a começar uma partida foi Evertton Araújo, que chegou ao clube já no sub-20; jogadores da base vivem polêmicas recentes
Bap acredita em renovação de Filipe Luís, mas pondera: “Nunca depende de um lado só” [https://s01.video.glbimg.com/x240/13999148.jpg]
A escolha do Flamengo por Filipe Luís levantou uma expectativa sobre a maior utilização das categorias de base no time principal. O que se vê, porém, é um caminho já feito por outros treinadores nos últimos anos: pouco espaço e prioridade aos experientes. A última vez que um jovem criado na casa foi titular completou dois meses na última quinta-feira.
A última escalação com um jogador da base começando foi contra o Mirassol, em 9 de agosto, quando Evertton Araújo iniciou a partida. Naquele momento, inclusive, o jovem engatava uma sequência de quatro partidas consecutivas como titular. Depois, perdeu espaço. Dos 12 jogos seguintes, ele entrou sete minutos em um e 13 no outro. Ele foi relacionado e ficou no banco e outras 10 oportunidades.
Antes da partida contra o Bahia, o Fla chegou a cinco jogos seguidos sem sequer utilizar um atleta da casa. A última vez havia sido contra o Juventude, quando Wallace Yan entrou na vaga de Arrascaeta no intervalo.
Um levantamento feito pelo ge em maio mostrou que Filipe Luís havia utilizado 14 garotos da base desde que assumiu a equipe principal. Esse número aumentou para 15 com uma partida feita por Victor Hugo antes de ser novamente emprestado.
Filipe se igualou a Abel Braga, se tornando o terceiro que mais utilizou a base desde 2019. Rogério Ceni lidera a lista, com 19, e Dorival Jr. aparece em seguida, com 16.
Além do pouco espaço, especialmente com a chegada de reforços na janela do meio do ano, os atletas da base sofrem com outros dois fatores: episódios polêmicos e excesso de cuidado. No primeiro caso, Wallace Yan foi o protagonista mais recente, sendo expulso com 10 minutos em campo contra o Bahia. Ele será multado na reapresentação desta quinta-feira, no Ninho do Urubu.
Outro que viveu momentos de instabilidade foi Lorran. O garoto não teve um episódio evidente como o companheiro, mas desceu para o sub-20 ainda sob o comando de Tite. Com Filipe, que o treinou na base, não retornou. Com desavenças e falta de acordo entre clube e estafe, o jovem quase foi para o CSKA, mas retornou. Recentemente, foi emprestado ao Pisa, da Itália.
Com relação ao cuidado, Filipe Luís foi obrigado a usar Cleiton após a expulsão de Danilo na última rodada do Brasileirão. O defensor, de 22 anos, participou de apenas quatro partidas na temporada e está fora dos planos do Flamengo para 2026, já que o contrato termina no fim deste ano e as partes não chegaram a um acordo pela renovação.
Além dele, o Flamengo tem no elenco outros dois jovens em formação: Iago e João Victor, que se revezam entre o profissional e a base. Iago, capitão do sub-20, ainda não atuou com Filipe em 2025, e JV fez cinco jogos com o treinador, mas nenhum pelo Campeonato Brasileiro. Os dois estavam com a Seleção no Mundial sub-20. Recentemente, o treinador explicou que não queria usar os garotos nas vagas de Léo Pereira e Léo Ortiz para não gerar desgaste.
Estes desafios encontrados pela base do Flamengo evidenciam a importância de uma gestão equilibrada e cuidadosa na transição e desenvolvimento dos jovens talentos. É fundamental que o clube invista na promoção e valorização dos jogadores da casa, garantindo espaço e oportunidades para que cresçam e se destaquem no cenário esportivo nacional e internacional. A história do clube é repleta de grandes talentos que surgiram das categorias de base, e o papel do treinador e da diretoria é essencial para manter essa tradição viva e bem-sucedida.