Flávio Bolsonaro se irrita ao ser questionado por “rachadinhas”

Flávio Bolsonaro se irrita ao ser questionado por “rachadinhas”

O senador Flávio Bolsonaro não gostou de ser questionado sobre o envolvimento dele no caso das “rachadinhas”. Ele também ficou irritado quando o sindicalista e radialista Leonel Querino, conhecido como “Leonel de Esquerda”, perguntou sobre o caso das joias entregues como presente do governo saudita ao pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

“Olha só quem eu encontro no avião, galera: Flávio Rachadinha. Tá gostando da picanha barata?  Tá gostando da picanha barata, Flavinho? E as joias que a tua madrasta não conseguiu? As joias que a tua madrasta dele não conseguiu pegar. R$ 17 milhões”, disse Querino.

 

Flávio comparou a tentativa de Bolsonaro em incluir peças do acervo da União ao pessoal com a manutenção de presentes recebidos por Lula durante os dois primeiros mandatos. À época, foram encontradas caixas lacradas com itens –  como um chocalho de R$ 26 – que nunca tinham sido movimentados ou alterados. Todos os objetos foram remetidos ao Tribunal de Contas da União (TCU).

 

Leonel rebateu afirmando se tratar de mentiras e lembrou que Flávio não tem prova das acusações e associações. “Vem cá, vai devolver? Teu pai vai devolver? Vai devolver ao erário”, perguntou ao senador antes de um homem, aparentemente segurança do parlamentar, pedir para que o sindicalista procurasse o assento no avião. 

 

Nesta quinta-feira, 16, o TCU determinou que Jair Bolsonaro devolva o segundo pacote de presentes que recebeu do governo da Arábia Saudita ainda até a próxima semana. O prazo de cinco dias teve anuência da defesa do ex-presidente. Peças em ouro como relógio, abotoaduras e canetas deverão ser entregues à Secretaria Geral da Presidência da República.  

 

As joias em diamantes guardadas pela Receita Federal e que foram alvo de oito tentativas de resgate por parte do membro do Partido Liberal (PL)  terão o mesmo destino, mas ainda não há uma data definida. Em 2016, o TCU normatizou o que são considerados itens do acervo presidencial e entidades. Os ocupantes da chefia do Executivo federal podem ficar somente com presentes de natureza pessoalíssima, como medalhas personalizadas, ou de consumo direto, como bonés, camisetas e gravatas. 

 

Denúncia

 

As “rachadinhas” são a prática de confiscar parte do salário de assessores de gabinete. Flávio enriquecido ao fazer isso com 13 funcionários quando era deputado estadual do Rio de Janeiro. Os trabalhadores eram orientados a repassar os valores para o ex-assessor do político, Fabrício Queiroz. Segundo o Ministério Público fluminense, foram R$ 2 milhões oriundos de  483 depósitos bancários.

 

Na semana passada, a instituição requereu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a retomada das investigações do caso. Em maio do ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro rejeitou a denúncia de rachadinha contra Flávio Bolsonaro. O novo pedido se baseia na tentativa de reaproveitar provas, como quebra de sigilos bancários e fiscal do agora senador e de outras 102 pessoas, que haviam sido anuladas pelo STJ.

 

Assista ao vídeo:

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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