Flávio de Leão Bastos: “Prisão preventiva de Bolsonaro é inevital”

Durante uma entrevista concedida ao programa Brasil Agora, transmitido pela TV 247, o jurista Flávio de Leão Bastos expressou sua convicção de que a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro é uma medida que se torna inevitável, caso os requisitos legais para tal sejam devidamente confirmados. Ele enfatizou que o risco de fuga, bem como a organização internacional da extrema-direita, constituem fatores significativos que justificam a aplicação dessa medida cautelar.

“A prisão preventiva é um tema que abordo com extrema cautela, pois não desejo adotar uma postura punitivista. É crucial que os direitos de defesa sejam respeitados, mas, na minha perspectiva, considero que a prisão preventiva se torna pertinente, desde que um dos requisitos essenciais seja comprovado: o risco de fuga, especialmente em virtude da organização global da extrema-direita”, afirmou Bastos.

O jurista também se debruçou sobre a suposta tentativa de assassinato do ministro Alexandre de Moraes, sublinhando que os preparativos para o crime foram interrompidos por circunstâncias externas que estavam além do controle dos envolvidos. “Os atos destinados ao assassinato do ministro foram, de fato, iniciados, mas não se concretizaram devido a fatores aleatórios que impediram a execução por parte dos golpistas. É importante frisar que a sessão do Supremo Tribunal Federal terminou antes do previsto, e essa antecipação salvou a vida do ministro Moraes. Portanto, esses atos executórios realmente foram iniciados, formando uma sequência de ações que não chegaram a se consumar”.

Flávio também levantou a possibilidade histórica de que militares de alta patente possam ser responsabilizados por suas ações durante os eventos golpistas. “Estamos diante de um marco histórico, pois pela primeira vez parece que altos oficiais militares poderão enfrentar a prisão, especialmente porque eles ainda acreditam que a sociedade civil necessita de sua tutela, o que se manifesta através de ações golpistas”.

O jurista criticou a formação militar no Brasil, apontando que a estrutura educacional militarizada pode contribuir para a criação de uma lógica que promove inimigos internos. “A formação dos policiais militares é, de fato, militarizada. Isso resulta na construção de um inimigo interno, considerando que não possuímos inimigos externos, apesar do envolvimento significativo do Brasil em missões de paz da ONU. A ideia de uma ameaça comunista é quase cômica, mas seus efeitos são profundamente trágicos”.

Ele ressaltou a urgência de revisar o currículo das Forças Armadas e de superar o que definiu como um “fetiche de tutela sobre a sociedade civil”. “É de suma importância discutir a formação e o currículo dos membros das Forças Armadas, especialmente entre os altos escalões. Estamos tratando de projetos de golpe que incluem listas de potenciais alvos, com documentos impressos nas dependências do Palácio do Planalto. Precisamos urgentemente reavaliar essa visão que alguns integrantes das Forças Armadas têm, segundo a qual é necessário tutelar a sociedade, quando, na verdade, é a própria sociedade civil que deve exercer controle sobre as Forças Armadas”.

Ao abordar as investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, Flávio destacou que as evidências reunidas contra Jair Bolsonaro e outros indivíduos envolvidos são substanciais e consistentes. “Existem, no mínimo, dois ou três tipos penais muito relevantes que já estão contemplados no relatório da Polícia Federal. Vale lembrar que o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, tem a possibilidade de ampliar esse escopo de investigação. As opções disponíveis incluem a apresentação da denúncia ao Supremo Tribunal Federal ou a solicitação de informações complementares à Polícia Federal. A alternativa de arquivar o relatório é bastante improvável, uma vez que as provas são robustas e bem fundamentadas. Assim que a denúncia for formalmente apresentada, inicia-se então o processo legal, garantindo os princípios da ampla defesa e do contraditório, o que, em minha análise, deverá conduzir a uma eventual condenação”.

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Policial, segurança e instrutor presos por roubo de celular de adolescente suspeito de envolvimento com político

Policial, segurança e instrutor de tiros são presos suspeitos de roubar celular
de adolescente que teria tido envolvimento íntimo com parlamentar

Além dos mandados de prisão, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão.
Polícia detalha que suspeitos buscavam apagar imagens, vídeos e conversas entre
o adolescente e o político.

1 de 1 Homem preso em operação que investiga roubo contra adolescente e arma
apreendida, em Aparecida de Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Homem preso em operação que investiga roubo contra adolescente e arma
apreendida, em Aparecida de Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Uma operação cumpriu, nesta segunda-feira (12), mandados contra um policial
militar, um instrutor de tiros e um segurança particular suspeitos de roubar os
celulares e ameaçar um adolescente que teria tido um envolvimento íntimo com um
parlamentar, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. De
acordo com a Polícia Civil, os suspeitos buscavam apagar imagens, vídeos e
conversas entre o adolescente e o parlamentar.

Os nomes dos detidos e do político não foram divulgados pela Polícia Civil.

O advogado Clécio Teles, que representa o policial militar preso, negou o
envolvimento do cliente no roubo dos celulares do adolescente. Ao DE, a Polícia Militar informou
que foi acionada para prestar apoio à Delegacia de Proteção à Criança e ao
Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia no cumprimento de um mandado de
prisão do PM e que acompanhou todas as etapas do procedimento, “incluindo a
condução e transferência do detido ao Presídio Militar, respeitando
rigorosamente os trâmites legais estabelecidos”.

DE não conseguiu contato com
a defesa dos demais detidos até a última atualização desta reportagem.

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polícia

O caso é investigado pela delegada Sayonara Lemgruber. De acordo com a polícia,
o roubo contra o adolescente aconteceu em novembro deste ano. Na ocasião, os
três investigados foram em um carro até a casa do adolescente e, dentro do
carro, teriam ameaçado, roubado os celulares e exigido que o garoto informasse a
senha da nuvem de armazenamento para que o conteúdo dos aparelhos do
adolescente.

> “Supostamente para a finalidade de apagar mensagens, vídeos dessa suposta
> relação pessoal entre o adolescente e o indivíduo politicamente exposto”,
> completou a delegada.

Além dos três mandados de prisão temporária, que têm duração de 30 dias, foram
cumpridos três mandados de busca e apreensão contra os investigados.

A delegada informou que investiga o envolvimento do adolescente com o político.
Segundo ela, a apuração corre em sigilo.

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