A Flórida pretende abolir todas as exigências estaduais de vacinação, inclusive para a frequência escolar, conforme declarou o cirurgião-geral do estado, Joseph Ladapo, equiparado ao secretário de Saúde. Essa medida, vista como uma escolha pessoal pelo governador Ron DeSantis, preocupa especialistas, podendo resultar em surtos graves de doenças evitáveis, afetando crianças, turistas e indivíduos imunocomprometidos. Ladapo alega que a revogação das exigências para diversas vacinas é um ato de liberdade, porém omitiu quais seriam especificamente. DeSantis, conhecido por sua resistência a medidas de saúde pública, afirma que a liberdade médica seja uma prioridade, enfrentando críticas devido ao risco de propagar doenças contagiosas, como sarampo, difteria e poliomielite.
A presidente da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas, Tina Tan, enfatizou que a decisão da Flórida será desastrosa, prevendo surtos de doenças preveníveis e alertando para o perigo de crianças não vacinadas contraindo e disseminando enfermidades. A alteração das exigências de vacinação também pode afetar locais que requerem imunização, colocando em risco pessoas vulneráveis à exposição de doenças. Além disso, a repercussão da medida em estados vizinhos e em regiões turísticas pode ampliar o alcance de doenças infecciosas. Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas, classificou a decisão como imprudente e prevê consequências fatais para os indivíduos não imunizados. As ações das empresas de vacinas contra Covid sofreram queda, evidenciando a instabilidade gerada pela política de imunização do estado.
O secretário de saúde de Trump, Robert F. Kennedy Jr., questiona há tempos a segurança das vacinas, alegando relação com aumento de casos de autismo, posicionamento divergente das evidências científicas. Atualmente, sob a gestão de Kennedy, mudanças significativas na política de vacinação dos EUA têm sido implementadas, gerando controvérsias significantes. Susan Monarez, diretora do CDC demitida, provocou a renúncia de funcionários, sinalizando desacordo em relação à política de vacinação. A comissão liderada por DeSantis visa alinhar a saúde estadual com a agenda de Kennedy, alterando a postura em relação à imunização obrigatória.
Ladapo, em consonância com sua visão de liberdade individual, critica vacinas de mRNA da Pfizer e Moderna, solicitando investigações sobre seus supostos efeitos nocivos sem embasamento científico. Durante a pandemia de Covid, propôs a suspensão da adição de flúor na água potável, além de declarar que o uso de máscaras e algumas vacinas infantis deve ser opcional. A decisão da Flórida pode gerar impactos negativos na saúde pública, colocando em risco milhões de vidas e espalhando doenças evitáveis em larga escala. Enquanto enfrenta críticas e controvérsias, a postura do estado reflete uma polarização ideológica que coloca em xeque os avanços na prevenção de enfermidades transmissíveis.