Com polêmicas e virada, Fluminense bateu o Bangu para conquistar seu último tri Carioca há 40 anos
Rivais deste domingo fizeram partida decisiva do estadual de 1985 que até hoje tem reclamações de arbitragem
Há 40 anos, Paulinho virava o herói do Fluminense contra o Bangu
De Fluminense e Bangu fazem duelo pela última rodada da Taça Guanabara neste domingo, às 18h30, no Maracanã, que pode valer uma vaga na semifinal para o Tricolor. Enquanto isso, o Alvirrubro amarga o rebaixamento já confirmado e um desempenho melancólico no estadual sem uma vitória sequer.
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Se hoje a diferença entre as equipes é monstruosa, tanto em investimento quanto em talento, há 40 anos não era esse o cenário. Quando entraram em campo no dia 18 de dezembro de 1985, a partida valia a taça do Campeonato Carioca e colocava frente a frente duas das principais equipes do Brasil.
O Tricolor era o campeão brasileiro do ano anterior (1984) e tentava o tricampeonato carioca, enquanto o Bangu era o vice-campeão brasileiro (1985), havia perdido a final nos pênaltis para o Coritiba em julho, e buscava o terceiro título estadual de sua história.
Frente a frente estavam craques como Marinho, Ado, Perivaldo, Romerito, Washington e Tato. Diferente do formato atual, o troféu do Carioca era disputado em triangular pelo campeão da Taça Guanabara (Fluminense), da Taça Rio (Flamengo) e o melhor pontuador no geral (Bangu).
Vica levanta a taça do tricampeonato Carioca em 1985 — Foto: Flu Memória/site oficial do Fluminense
Ambas equipes haviam vencido o Flamengo nas duas primeiras rodadas, o que tornou aquela partida uma espécie de final. Por ter vencido o primeiro jogo no triangular, o Bangu tinha a vantagem do empate. E, logo aos 4 minutos, abriu o placar com Marinho de cabeça, após cobrança de falta de Perivaldo pela direita.
A virada tricolor veio dos pés do reserva de luxo e promessa da base Paulinho. Ele entrou no lugar de Tato, lesionado, deu passe para Romerito empatar e, de falta, fez o gol da virada em um Maracanã com 88 mil torcedores. Foi a última vez que o Fluminense conseguiu o tricampeonato Carioca.
Revelado pelas categorias de base do Fluminense, Paulinho foi campeão mundial e sul-americano em 1983 e chegou ao profissional no mesmo ano. Apesar do começo promissor, ele não tinha tanto espaço no elenco tricolor e pediu para ser negociado antes da temporada de 1985. A diretoria não topou, Paulinho seguiu, foi uma espécie de 12º jogador naquela conquista e terminou como herói do título.
Após a eliminação da Libertadores de 1985, falou publicamente que desejava sair do clube em entrevista ainda no vestiário. No entanto, permaneceu no clube até 1988 e foi decisivo na conquista.
Paulinho é abraçado por Washington e Romerito na decisão do Carioca de 1985 — Foto: Flu Memória/site oficial do Fluminense
O jogo teve ainda uma grande polêmica nos minutos finais. No último lance daquela final, o atacante Cláudio Adão saiu cara a cara com o goleiro Paulo Victor e foi derrubado na área pelo zagueiro Vica. O árbitro José Roberto Wright não marcou pênalti, gerando confusão generalizada e revolta eterna nos torcedores do Bangu.
Os tricolores, no entanto, justificam reclamando que antes o árbitro havia ignorado um pênalti claro para o Tricolor. Em uma finalização de Renê dentro da área, a bola teria batido no braço do zagueiro Jair, do Bangu, que se defende: “A bola bateu no meu ombro”. Wright mandou seguir, para a ira dos jogadores tricolores, que o cercaram e reclamaram muito. Romerito levou cartão amarelo no tumulto.