Foco nas comunidades Rio das Pedras, Macacos e Catiri para frear avanço do tráfico, diz Secretário de Segurança no RJ

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Secretário diz que Rio das Pedras, Macacos e Catiri são a ‘coroa da rainha’ do tráfico: ‘Se forem tomadas, logística do CV vai melhorar significativamente’

Victor Santos foi entrevistado pelo RJ2 para a série de reportagens sobre o aumento da violência na Grande Jacarepaguá. Ele fez um balanço sobre o avanço do domínio da maior facção criminosa do RJ.

Secretário de Segurança fala sobre aumento do tráfico na Grande Jacarepaguá

Secretário de Segurança fala sobre aumento do tráfico na Grande Jacarepaguá

Três comunidades do Rio estão na mira do Comando Vermelho (CV) — a mais poderosa facção do tráfico do RJ. Rio das Pedras, na Grande Jacarepaguá, Catiri, em Bangu, e Morro dos Macacos, em Vila Isabel, são a “coroa da rainha” do CV, segundo o secretário de Segurança Pública do RJ, Victor Santos.

> “Se elas realmente forem tomadas, a logística do Comando Vermelho vai melhorar significativamente”, alerta.

Se conseguir o domínio dessas três localidades, o CV passará a explorar um grande cinturão geográfico ligando a Zona Norte à Zona Oeste.

Essa área começaria nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte, que já estão sob o domínio da quadrilha, passando pelo Complexo do Lins (já ocupado), passando pelo Morro dos Macacos e Catiri (onde tentam entrar), chegando até o domínio total da Grande Jacarepaguá.

“Nós temos três grandes (áreas), digamos assim, que são a coroa da rainha do Comando Vermelho. Toda a região do Itanhangá e Jacarepaguá, com foco em Rio das Pedras. É uma grande preocupação porque é a única comunidade que falta para que eles peguem todo aquele cinturão de Jacarepaguá e do Maciço da Tijuca”, destacou Santos em entrevista ao RJ2 para a série de reportagens sobre o avanço da violência na Grande Jacarepaguá.

De acordo com o secretário, as forças de segurança têm atuado para evitar que isso aconteça.

“Tomar o (Morro dos) Macacos, então a gente tem uma ação efetiva naquela localidade para evitar que isso aconteça. A outra é Catiri e Bangu. Então, esses três locais hoje são o grande foco de interesse do Comando Vermelho, e hoje a Segurança Pública está muito focada para essas regiões para evitar que elas sejam tomadas”, diz Santos.

O secretário também disse ser contra ocupações permanentes em comunidades e defendeu que o estado faça uma rotina de operações para asfixiar, principalmente, a estrutura financeira dos criminosos.

Segundo Santos, será preciso encarar efeitos colaterais, como a morte de inocentes e policiais.

“Olha, a gente vai ter que enfrentar isso. O grande problema é que, por muitos anos, se tratou só o efeito. A sociedade, durante muitos anos, foi anestesiada. Você tem um câncer, que gera dor, e só se dava morfina. Tá com dor? Morfina. A dor passa? Passa, mas o câncer, cura? Não. O câncer cura como? Quimioterapia e radioterapia.”

> “O que se quer hoje no Rio de Janeiro, e a sociedade tem que entender, é continuar tratando o câncer com paliativo, com analgésico? Agora, isso tem um custo. Ou a gente paga esse preço agora ou a gente perde o controle no futuro.

FOCO EM MILÍCIA FOI ERRO, DIZ SANTOS

1 de 1 Victor Santos, secretário de Segurança do RJ — Foto: Reprodução/TV Globo

Na entrevista, Victor Santos disse que o estado errou, “no passado”, ao mirar as atuações das forças de segurança nas milícias. Segundo o secretário, que não citou de quem foi o erro, a maior facção do Rio se aproveitou disso para se expandir.

> “O Comando Vermelho cresceu por um erro do passado, porque a segurança pública elegeu um inimigo único no Rio de Janeiro que é a milícia.”

Agora, segundo ele, o foco das operações é enfraquecer as finanças do tráfico.

“Pra gente retirar esse poderio bélico é entender o tipo de negócio e atacar a estrutura financeira. É com dinheiro que eles compram armas, munições, projetos de financiamento político.”

“Ocupação não tem resultado. Por quê? Porque o estado não tem fôlego. E não tem fôlego por quê? porque a desordem no Rio de Janeiro é a regra.”

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