Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, 26 anos, já considerado foragido e terá os dados inseridos no sistema da Interpol. O jovem, que aparece em um vídeo atirando e matando o ex-sogro, João Rosário Leão, 61 anos, tem mandado judicial de prisão temporária contra ele. O documento foi expedido na manhã desta quarta-feira, 29, pelo delegado Rhaniel Almeida.
Nesta terça-feira, 28, o advogado do suspeito, Julio de Brito, compareceu à Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) e informou que o rapaz iria se entregar “em breve”. No entanto, exigiu que não fosse expedido mandado de prisão e disse que se isso acontecesse, iria entrar com pedido de habeas Corpus.
Histórico violento
Ex-policial militar temporário, atirador esportivo e, até a data do homicídio, funcionário público em Goiânia, Felipe Gabriel é também um homem violento, com registros de agressão contra uma ex-namorada, e com traços de destempero, como indica outro vídeo, no qual aparece ameaçando matar todo mundo [da família de João Leão] e se suicidar em seguida.
“Pode me denunciar, pode vir me matar que eu vou matar todo mundo antes disso. Eu mato todo mundo. Não estou nem aí. É melhor cada um no seu canto, sem mexer com ninguém, porque se mexer comigo um fio, eu mato seu filho, eu mato todo mundo”, disse o acusado, cerca de 15 dias antes de, ao que tudo indica, cumprir parte da promessa.
Os sinais de uma tragédia anunciada ainda apareceriam mais uma vez. No último sábado, 25, Felipe Gabriel atirou para o alto e apontou a arma para João Leão durante desentendimento em uma festa junina.
“O meu pai nunca tinha visto a cena, porque eu nunca contei para os meus pais. Ele começou a gritar comigo e meu pai falou ‘você não grita com ela não’. No que ele falou, ele atirou para cima e apontou a arma para o meu pai e eu fiquei na frente, ele ficou com a arma na minha cara assim”, disse Kênnia Yanka Leão, a ex-namorada e filha da vítima, à reportagem ao G1.
A moça também confirmou ser vítima de constantes ameaças e agressões do acusado e que não conseguia se libertar dele, e da relação abusiva que mantinham, por medo. “Ele é super abusivo. Eu tenho vídeos dele apontando a arma pra minha cara. Ele falando que ia matar meu filho de 4 anos”, relatou Kênnia Yanka.
Mas, foi após as ameaças do último sábado que Felipe teria perdido de vez o controle. Com uma rapidez incomum, o que leva a crer que ele possa ter contado com a ajuda de algum policial na consulta ao sistema, o jovem tomou conhecimento que João Leão registrou ocorrência contra ele.
Este foi, segundo a polícia, o estopim para que ele agisse, indo até a farmácia do ex-sogro para mata-lo. Na sequência, Felipe fugiu e, apesar de procurado em pelo menos 10 endereços de cinco cidades, não foi encontrado.