Última atualização 01/12/2022 | 11:24
A Polícia Federal de Campinas (SP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizam a Operação Hermes nesta quinta-feira, 1º, que pretende desarticular uma organização criminoso que atua em crimes ambientais e mineração ilegal de ouro. Ação é apontada pela Polícia Federal (PF) como a maior na história da corporação.
Ao todo, são cumpridos 14 mandados de prisão e 49 de busca e apreensão que estão sendo cumpridos em sete estados; sendo um em Goiás.
A operação combate também o comércio ilegal de mercúrio, organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro. A PF determinou o sequestro de bens dos investigados no valor de R$ 1,1 bilhão.
“Os crimes em apuração estão intrinsecamente relacionados ao contrabando e acobertamento de mercúrio, produto destinado ao abastecimento de garimpos em estados da Amazônia Legal (Mato Grosso, Rondônia e Pará)”, disse a PF em nota.
Mandados em sete estados
As medidas judiciais foram determinadas pela 1º Vara Federal em Campinas. Os policiais federais embarcam nesta quarta-feira, 30, no Aeroporto Internacional de Viracopos. Serão cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, nove mandados de prisão temporária com duração de cinco dias, e 49 mandados de busca em municípios do Mato Grosso (MT), São Paulo (SP), Goiás (GO), Santa Catarina (SC), Rio Grande do Sul (RS) e Rondônia (RO).
Cidades com mandados:
- Aripuanã (MT): 3 de busca e apreensão, sendo um em área de garimpo
- Poconé (MT): 3 de busca e apreensão, sendo dois em área de garimpo
- Cuiabá (MT): 22, sendo que uma arma e munições foram apreendidas
- Nossa Senhora do Livramento (MT): 2, ambos em áreas de garimpo
- Sinop (MT): 1
- Várzea Grande (MT): 1
- Rondonópolis (MT): 1
- Goiânia (GO): 1
- Porto Velho (RO): 1
- Santos (SP): 1
- Campinas (SP): 1
- Arujá (SP): 3
- São Paulo (SP): 4
- Santa Bárbara d’Oeste (SP): 1
- Paulínia (SP): 1
- Indaial (SC): 1
- Timbó (SC): 1
- Caxias do Sul (RS): 1
Os alvos incluem, sedes de empresas, depósitos e áreas de mineração.
Risco para a saúde
O mercúrio é tóxico e pode causar danos irreversíveis no sistema nervoso, levando até mesmo à morte. O mau uso desta substância pode contaminar rios, comprometendo a vida de animais, peixes e, até mesmo, humanos.
A PF esclarece que a extração do produto não é feita no Brasil. Ele precisa, então, ser importado ou recuperado por meio de reciclagem de resíduos, como lâmpadas e materiais odontológicos.
”As fraudes identificadas e investigadas tem como modus operandi o lançamento de dados falsos no sistema e, a partir daí, a comercialização de créditos virtuais fictícios que acobertam vendas e transporte de mercúrio real sem origem legal”, explicou a PF.
A expectativa é que ao menos 5 toneladas de créditos de mercúrio sem origem sejam eliminados do Cadastro Técnico Federal, sistema que controla a importação e comércio de mercúrio metálico, sob responsabilidade do Ibama.