Última atualização 23/06/2022 | 10:12
Nesta quarta-feira, 22, a Polícia Civil finalizou o inquérito e indiciou o pai do menino Eliseu Eugênio Kraemer, de 11 anos, por homicídio culposo – quando não existe intenção de matar. O menino morreu no dia 27 de maio, depois de levar um tiro de espingarda disparado por acidente pelo próprio pai, em Formosa, no entorno do Distrito Federal. Depois do ocorrido, o homem, de 41 anos, atirou contra o próprio rosto, mas não morreu. A caminho do hospital, escreveu uma carta na ambulância, pedindo desculpas.
O caso aconteceu por volta das 19h, no setor Formosinha. Segundo as investigações, o pai de Eliseu trabalhava com manutenção de pivôs e era atirador esportivo, sendo que todas as suas armas estão dentro das exigências da lei e são registradas no Exército Brasileiro.
Segundo o delegado Danilo Meneses, responsável pelo caso, “foi descartada qualquer possibilidade do pai ter disparado de forma intencional no seu filho”. Por outro lado, a partir do inquérito policial, o homem foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, já que desrespeitou “uma séria de normas de segurança que devem ser seguidas ao manusear uma arma de fogo”, segundo o delegado.
Existe a possibilidade de que o pai de Eliseu tenha perdão judicial, levando em conta o sofrimento que o próprio caso já causa. “Caberá ao juiz entender pela aplicação ou não pelo perdão judicial”, conclui Meneses.
Pai escreveu carta a caminho do hospital
Na hora do disparo acidental, o pai do menino mostrava um revólver calibre 22 a um homem, que seria intermediador para negociar a venda da arma.
“Nesse momento, após essa pessoa pegar o revólver, infelizmente o suspeito pegou em uma espingarda calibre 12 e, sem intenção, acionou a tecla do gatilho. Houve um disparo acidental, e ele acabou por ceifar a vida do próprio filho de apenas 11 anos de idade”, explica o delegado responsável pelo caso, Danilo Meneses.
A arma estava carregada e destravada, a cerca de um metro da criança. Eliseu foi atingido no tórax e caiu. A munição era do tipo balote de grande energia, que feriu gravemente a vítima.
Segundo a Polícia Civil, a mãe da criança tomava banho no momento do acidente. O pai foi até ela contar o que havia acontecido. Em desespero, o homem atirou contra o próprio rosto, na tentativa de tirar a própria vida. “O estado de saúde dele é delicado, embora não corra risco de morte. Os danos estéticos e funcionais foram de grande monta. Ele não está conseguindo falar”, explica o delegado.
O homem foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A caminho do hospital, dentro da viatura do SAMU, ele escreveu uma carta em que pediu desculpas e disse que foi um acidente. “Matei meu filho. Matei por acidente”, escreveu.