Fósseis de ‘Mesosaurus brasiliensis’ paralisam obra na PR-364: descoberta em sítio paleontológico atrasa projeto no Paraná

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Obra de asfalto é paralisada no Paraná devido a fósseis: peças estão em sítio paleontológico descoberto 5 meses antes na mesma região

Fósseis de ‘Mesosaurus brasiliensis’ são mais antigos que dinossauros. A presença deles foi o motivo do cancelamento da licença ambiental para a obra em rodovia.

Descoberta de fósseis paralisa obra na PR-364

Os fósseis que ocasionaram a paralisação de uma obra de pavimentação na PR-364 na sexta-feira (10) estão em um sítio paleontológico que foi descoberto cinco meses antes em outras obras. Esse local estava em construção na BR-153, na mesma região.

Ambos os trechos encontram-se entre Irati e São Mateus do Sul, no centro-sul do Paraná, próximo a um campus da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Na região, são encontrados fósseis de Mesosaurus brasiliensis, uma espécie de lagarto aquático que viveu aproximadamente 280 milhões de anos atrás, antes dos dinossauros, contribuindo para a teoria de um “supercontinente” único.

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), a licença ambiental para as obras da PR-364 foi emitida sem a análise adequada e a manifestação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), caracterizando uma falha no processo e representando risco de dano ambiental e arqueológico.

O achado mais recente de fósseis na região ocorreu em maio de 2025, quando trabalhadores encontraram oito peças e comunicaram a situação aos pesquisadores da Unicentro. Professores e estudantes da Unicentro foram ao local em busca de mais materiais, coletaram cerca de 30 peças e iniciaram os estudos.

Devido à presença do sítio paleontológico, o MPF recomendou que o Instituto Água e Terra (IAT) cancelasse a licença ambiental da obra, por falta de análise do Iphan. A obra representava um risco ao patrimônio histórico-cultural e ambiental, segundo a procuradora da República Monique Cheker.

As obras de pavimentação da PR-364 foram interrompidas na sexta-feira (10), após o cancelamento da licença ambiental por recomendação do MPF. O DER-PR informou que a obra estava 52,72% concluída e não há previsão para um novo cronograma. O investimento previsto era de R$ 23,7 milhões.

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