Foto de agressão a ministro por sorocabano completa 25 anos: Dia do Repórter Fotográfico

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Dia do Repórter Fotográfico: foto de agressão a ministro registrada por
sorocabano correu os jornais do país há 25 anos

Clique do repórter fotográfico Luciano Quirino registrou José Serra levando uma
ovada no rosto, estampou dezenas de capas de jornais e marcou sua carreira em
Sorocaba (SP).

Fotógrafo registrou o momento em que o então ministro José Serra foi atingido
por um ovo em Sorocaba (SP) — Foto: Reprodução/Luciano Quirino

Com a profissão celebrada em 2 de setembro, o repórter fotográfico registra
momentos que entram para a história de um país. É o caso de Luciano Quirino, de
51 anos. Há 25 anos, em maio de 2000, ele teve uma foto reproduzida nas capas
dos maiores jornais do Brasil: a ovada no rosto sofrida pelo então ministro da
saúde José Serra durante manifestação em Sorocaba (SP).

Serra foi agredido quando chegava à sede de um clube na região central da
cidade, por volta de 12h30, onde ocorreria o encontro regional do seu partido, o
PSDB. Estudantes e servidores públicos da saúde em greve protestavam no local.

Dia do Repórter Fotográfico: sorocabano registrou agressão a ministro há 25 anos

A serviço do jornal Diário de Sorocaba, Luciano lembra que tentava achar um bom
lugar para registrar a chegada das autoridades, mas apoiadores e manifestantes
não permitiam um ângulo ideal. Até que um estudante passou pelos seguranças e
quebrou um ovo no olho direito do ministro.

Ao passar perto dos manifestantes, um estudante pegou um ovo e jogou na cara
do ministro, fazendo com que a gema escorresse pelo rosto até a roupa dele. Eu
imaginei que a foto seria de impacto e tive a sorte de disparar minha câmera
digital Mavica, que registrava uma foto por vez e levava eternos 10 segundos.
Portanto, só tinha um disparo, e foi certeiro, relembra.

No dia seguinte, 21 de maio de 2000, a foto foi muito além da imprensa
sorocabana e ganhou destaque, também, nas capas dos grandes veículos do Brasil.
Eu tive uma chance e não desperdicei, pois muita coisa estava acontecendo. E eu
não imaginava que a passagem do ministro pelos manifestantes causaria tanto
impacto, reconhece.

Naquele ano a foto, intitulada “Revolta”, rendeu a Luciano Quirino a
oportunidade de estar entre os finalistas do Prêmio Esso de Jornalismo.

A foto que ganhou foi a melhor, mas só de eu estar lá e concorrer entre outros
grandes fotógrafos já foi algo inexplicável. Quando entrei no salão, me senti um
pouco intimidado ou emocionado. Tinha muita gente famosa, algumas eu nem
conhecia, mas eram muito influentes na época, comenta.

DE ENTREGADOR DE JORNAL A FOTÓGRAFO

Quirino conta que seu primeiro emprego na imprensa foi como entregador de
jornal, há 35 anos. Trabalhou em vários departamentos do Diário de Sorocaba até
que, um dia, lhe ofereceram a vaga no laboratório de revelação. “Foi ali que
tive meu primeiro contato com o vasto universo da fotografia, relembra.

Eu não apenas vi o avanço, eu vivi a passagem da era analógica para a digital e
toda a incrível transformação que isso trouxe para minha profissão, analisa o
fotógrafo, que hoje trabalha na Câmara dos Vereadores.

A primeira vez em que disparou um clique é lembrada até hoje com emoção. Era
apenas uma reunião de confraternização pelo Dia das Secretárias, oferecida por
um clube social da cidade. Era uma pauta simples, mas eu estava muito nervoso
quando apertei o display, comenta.

Outro momento marcante foi quando ficou frente a frente com Carlos Villagrán,
intérprete do personagem Kiko, do seriado Chaves, e foi surpreendido por um
gesto singelo.

Eu estava nesse evento para fotografar o entrevistado e o entrevistador mas, de
repente, Carlos se aproximou e percebeu que meu cadarço estava desamarrado. Ele
simplesmente se abaixou e amarrou meu tênis. Foi algo sensacional, relembra.

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