Fraude bilionária no INSS: “Careca do INSS” e empresário presos por desvios de R$6,3 bilhões. Investigação revela amplo esquema de fraudes e corrupção na Previdência.

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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, suspeitos de envolvimento em um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A investigação revelou que Antunes atuava como o “facilitador” do esquema, enquanto Camisotti era apontado como sócio oculto de uma entidade beneficiária das fraudes na Previdência.

De acordo com a PF, associações e entidades ligadas a serviços para aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS. O prejuízo estimado entre os anos de 2019 e 2024 pode chegar a R$ 6,3 bilhões. Em abril, quando a fraude veio à tona, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido.

Antunes, que foi levado para a Superintendência do Distrito Federal, transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. Já Camisotti foi preso em São Paulo, onde os agentes ainda realizam buscas em sua residência. Além disso, estão na casa e no escritório do advogado Nelson Willians, na mesma cidade, em busca de provas relacionadas ao esquema fraudulento.

A investigação demonstrou que as entidades investigadas ofereciam propina a servidores do INSS para obter dados de beneficiários, utilizavam assinaturas falsas para autorizar descontos e criavam associações de fachada frequentemente presididas por idosos, pessoas de baixa renda ou aposentados por incapacidade. As associações cadastravam aposentados e pensionistas do INSS sem autorização, descontando mensalidades fraudulentas diretamente na folha de pagamento.

Segundo a PF, dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para inserir os descontos nos contracheques dos aposentados, enquanto associações de fachada viabilizavam o desvio de dinheiro. A investigação teve início em 2023 na CGU, sendo acionada a Polícia Federal em 2024 após a descoberta de indícios de crimes. Até o momento, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e no Distrito Federal, expedidos pelo ministro do STF André Mendonça.

Em relação ao prejuízo causado pelo esquema fraudulento no INSS, a investigação revelou que a fraude consistia em associar aposentados e pensionistas do INSS a entidades sem a devida autorização, levando a descontos indevidos nas folhas de pagamento. Alguns idosos nem mesmo sabiam que estavam sendo associados, resultando em prejuízos significativos para o Instituto Nacional de Seguridade Social. A atuação do ‘Careca do INSS’ e de outros envolvidos na fraude demonstra a necessidade de investigações rigorosas para coibir práticas ilegais que prejudicam a previdência social.

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