Fraude na Aposentadoria: Grupo no Paraná é Suspeito de Enganar INSS com Atestados Falsos – Polícia Federal Investiga Golpe

Golpe da aposentadoria: Grupo com médicos e advogada do Paraná é suspeito de fraudar benefício do INSS com atestados falsos

Polícia Federal afirma que criminosos enganavam beneficiários e INSS.
Investigação identificou prejuízo de R$ 300 mil, com base em 70 benefícios concedidos indevidamente. DE tenta identificar defesas dos suspeitos.

Um grupo com diversos médicos, uma advogada, um comerciante e uma despachante é suspeito de produzir atestados falsos para viabilizar a obtenção de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo as investigações, eles aplicavam golpes tanto no INSS, quanto nos beneficiários, pois cobravam valores altos prometendo benefícios permanentes, mas obtinham apenas auxílios temporários. Saiba mais abaixo.

Os suspeitos foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu três mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (12) em Curitiba e Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.

O grupo foi descoberto a partir da despachante, que segundo a polícia era quem oferecia “aposentadorias” do INSS às vítimas. Ela foi presa preventivamente pela Polícia Civil.

“A investigação conduzida pela Polícia Civil identificou que para o cometimento dos crimes o esquema contava com a participação de médicos assistentes, uma suposta advogada e um comerciante, que cedia o espaço para as reuniões de interessados e cobranças de valores”.

As investigações contaram com o apoio da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social do Ministério da Previdência Social e foram continuadas pela Polícia Federal.

Segundo a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, o prejuízo identificado supera R$ 300 mil, com base em 70 benefícios por incapacidade temporária concedidos indevidamente.

De acordo com a PF, os envolvidos devem responder pelos crimes de associação criminosa e estelionato, previstos no Código Penal, “além do artigo 2º da Lei no 12850/2013, em face dos indícios da prática de crimes de estelionato contra o INSS praticados por organização criminosa”.

Os nomes dos suspeitos não foram revelados. O DE tenta identificar as defesas deles.

O DE entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e com a seção estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e aguarda resposta.

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COMO FUNCIONAVA O GOLPE DA APOSENTADORIA

De acordo com a Polícia Federal, o grupo aplicava os golpes produzindo atestados médicos falsos.

“O modus operandi utilizado por membros do esquema criminoso contra a Previdência Social são consistentes à negociação e ao fornecimento de atestados médicos ideologicamente falsos, sem a consulta e/ou avaliação do médico assistente, com o objetivo de obter o benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença)”, explica a corporação.

A PF também afirma que não foi identificado o envolvimento de servidores do INSS, porque os benefícios foram concedidos por conformação documental, pelo sistema Atestmed.

De acordo com informações oficiais do site do Ministério da Previdência Social, pelo Atestmed segurados do INSS que precisam solicitar o benefício podem fazer o requerimento por meio de análise documental e receber o auxílio sem passar pela perícia médica.

A solicitação pode ser feita pelo site ou aplicativo do INSS, onde é necessário anexar ao requerimento documentos médicos ou odontológicos que indiquem necessidade de afastamento das atividades habituais.

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Falso médico responsável pela morte de menina de 10 anos no ES é preso no PR

Falso médico que responde pela morte de menina de 10 anos em hospital do ES é
preso no PR

Ana Luísa, de 10 anos, morreu 20 minutos após dar entrada em um hospital
estadual do Espírito Santo. A criança foi atendida por Leonardo Luz Moreira, que
falsificou diploma de medicina e atuou como médico na unidade.

Falso médico que atuou em São Mateus é preso no Paraná

O falso médico que responde pela morte de uma criança de 10 anos no Espírito Santo foi preso no
último domingo (15), no Paraná. Leonardo Luz Moreira respondia em liberdade, mas
teve a prisão preventiva decretada por descumprir a ordem de não sair do país
sem permissão para cursar medicina no Paraguai.

O falso médico foi preso pela Polícia Militar do Estado do Paraná, onde alegava
morar, e localizado com a ajuda da mãe da vítima, que procurou o Ministério
Público e disse que o homem cursava a faculdade no exterior.

A pequena Ana Luísa foi atendida por Leonardo Luz em janeiro de 2021 e morreu 20
minutos após dar entrada no Hospital
Estadual Roberto Silvares, em São Mateus, no Norte do
Espírito Santo.

A prisão foi realizada após várias tentativas do Ministério Público de buscar o
réu em endereços que eram mencionados por ele. Mas o falso médico nunca foi
encontrado em nenhum dos locais apontados. A partir disso, foi descoberto que
ele estudava medicina no Paraguai.

O homem é acusado dos crimes de homicídio qualificado, exercício ilegal da
medicina e falsidade ideológica, praticados em janeiro de 2021. O réu também
falsificou um prontuário médico enquanto atuava ilegalmente.

Além disso, o falso médico adulterou documentos para tentar comprovar que era
formado em uma faculdade de medicina da Bolívia, onde estudou apenas por seis
meses.

No dia 18 de agosto de 2021, sete meses após da morte da criança, Leonardo foi
preso pela Polícia Federal, mas, desde dezembro do mesmo ano, passou a responder em liberdade.

Segundo o Ministério Público, atualmente, o processo está na fase de preparação
para julgamento pelo Tribunal do Júri e o órgão acredita que o julgamento do
falso médico poderá ocorrer nos primeiros meses de 2025.

DE não conseguiu contato com a defesa de Leonardo Luz
Moreira.

ALÍVIO

A mãe de Ana Luísa, Alessandra Ferreira Marcelino, disse que quase quatro anos
depois da morte da filha, ficou aliviada após receber a notícia da prisão do falso
médico.

“Saber que a justiça está sendo cumprida. Que está caminhando para um desfecho
dessa trágica história. Desde o início foi um caso complexo, mas o empenho da
Polícia Civil, do Ministério Público, pela instauração do inquérito, pela
investigação”, apontou Alessandra.

Alessandra ajudou na investigação ao mostrar que tinha recebido informações
sobre o possível paradeiro de Leonardo Luz Moreira.

“Recebi uma foto, o nome da faculdade que ele estava cursando e eu procurei o
Ministério Público munida dessa foto e falei que ele estava no Paraguai. Com
isso ele estava descumprindo a medida de não deixar o país por responder um
processo de homicídio qualificado e ele foi preso”, disse a mãe.

ENTENDA O CASO

Alessandra Ferreira Marcelino, mãe da menina que morreu, contou que a filha, Ana
Luísa, começou a passar mal na noite do dia 11 de janeiro de 2021 com dores de
barriga e vômitos.

Ela levou a menina para o hospital, onde foi atendida pelo falso médico Leonardo
Luz Moreira.

Segundo a mãe de Ana Luísa, Leonardo atendeu a criança sem encostar nela e disse
que o diagnóstico era gastroenterite. Cerca de 20 minutos depois de dar entrada
no hospital, a criança morreu.

Alessandra acreditava em erro até realmente descobrir que o homem trabalhava com
diploma falso.

“É uma revolta muito grande. Como que você confia o seu filho pra um médico e
depois você descobre que não é médico? Então, é um sentimento de muita
revolta”, disse.

Para deixar a lembrança da menina mais viva, a mãe tatuou no antebraço um
desenho feito por Ana Luísa, além de preservar o quarto dela como era.

“Lutamos por Justiça para que ninguém, nenhuma mãe, passe pelo que eu estou
passando. Ninguém tem o direito de fazer isso”, disse a professora.

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