Fraude na pandemia: Polícia Civil da busca e apreensão em gabinete de vereadora de Uruaçu

Na manhã desta quinta-feira, 25, a Polícia Civil de Goiás, através da Delegacia de Polícia (DP) de Uruaçu, deflagrou a Operação Falsas Intenções. Durante a operação foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, um na Câmara de Vereadores da cidade de Uruaçu, no gabinete de uma vereadora investigada, e outro em sua residência. A operação investiga uma vereadora do município e dois médicos, suspeitos de  emissão de guias médicas e fornecimento de medicamentos controlados de forma fraudulenta.

Foi apurado durante a investigação que a vereadora, com ajuda de médicos não credenciados na rede do SUS, teriam emitido guias médicas para pessoas que, na maior parte das vezes, nem eram atendidas, chegando até indicar um problema na próstata para uma paciente mulher. Documento encaminhado pelo Ministério Público e pela Secretaria Municipal de Saúde de Uruaçu consta o encaminhamento para tratamento de hipertrofia prostática para esta mulher.

A Polícia Civil apura ainda o fornecimento de medicamentos, durante as eleições municipais de 2020, para diversas pessoas, sem receita e prescrição médicas, pela vereadora. Devido ao fato ter provavelmente ocorrido nas vésperas das eleições do ano passado, indica possível crime de compra de votos (captação de sufrágio). A vereadora investigada foi reeleita nas eleições de 2020.

A Polícia Civil apreendeu, durante as buscas na casa da vereadora, diversos medicamentos, inclusive de uso controlado (tarja preta), e alguns de amostra grátis, além de computadores, celulares, guias de atendimento e encaminhamento do SUS.

No inquérito policial, os investigados respondem pelos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e por fornecimento ilegal de medicamentos. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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