Fraude no INSS: Entidades suspeitas de desvio bilionário em benefícios

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Fraude no INSS: veja lista de entidades suspeitas de envolvimento em esquema
bilionário

Pelo menos 11 entidades associativas foram alvo de ação judicial em investigação
que aponta descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.

Uma operação realizada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal (PF) e pela
Controladoria-Geral da União (CGU) mirou um esquema bilionário de fraudes no
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com desvio de recursos de aposentados e pensionistas ao longo de anos.

Segundo as investigações, pelo menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas (veja lista abaixo).

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A operação, que ocorreu em diversos estados, resultou em mandados de busca e
apreensão, além de prisões preventivas.

Segundo as investigações, os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar
a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas.

As entidades sob investigação são:

Ambec, Sindnapi/FS, AAPB, AAPEN (anteriormente denominada ABSP), Contag, AAPPS Universo, Unaspub, Conafer, Adpap Prev (anteriormente denominada Acolher), ABCB/Amar Brasil, CAAP.

Segundo as investigações, na prática, as associações ofereciam serviços como
desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para tal.

Dessa forma, cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.

Em muitos dos casos, as associações falsificavam a assinatura dos beneficiários do INSS.

Durante a operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, demitido do cargo. Outros cinco servidores públicos foram afastados de suas funções, a maioria ligada ao INSS.

No total, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios, resultando na prisão de seis pessoas envolvidas nas fraudes. A operação revelou a existência de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão que foram sequestrados.

As irregularidades apontam para mensalidades cobradas sem autorização dos beneficiários, bem como a falta de estrutura operacional das entidades investigadas. A CGU apontou que 70% das entidades analisadas não possuíam documentação completa para realizar os descontos nos benefícios.

As associações firmavam Acordos de Cooperação Técnica com o INSS para realizar os descontos mensais, mas a investigação revelou a ausência de verificação rigorosa das autorizações dos beneficiários, possibilitando a falsificação de documentos.

O Sindnapi, uma das entidades envolvidas, defendeu sua postura transparente e responsável, afirmando que sempre atuou de acordo com as normas do INSS e com autorizações formais.

A investigação teve início em 2023 na CGU e foi repassada à Polícia Federal em 2024 após evidências de crimes serem encontradas. A PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes, visando a punição dos responsáveis por lesar a previdência social.

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