Frigorífico que anunciou ‘picanha mito’ a R$ 22 tem rede social suspensa pela Justiça

Depois da polêmica envolvendo a morte de uma cliente por conta da promoção da ‘picanha mito’ a R$ 22 e a suspeita de crime eleitoral, a Justiça suspendeu preventivamente todo o conteúdo do perfil do Instagram do Frigorífico Goiás por 24 horas, a fim de que a casa de carnes, localizada em Goiânia, não divulgue ou promova candidaturas no segundo turno das eleições. 

A decisão foi assinada pelo juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Wilton Müller Salomão, neste sábado, 29. A requerente da medida foi a Federação Brasil Da Esperança (FE Brasil), formada pelos partidos PT, PC do B e PV. O frigorífico é suspeito de cometer os crimes de abuso de poder econômico e propaganda eleitoral irregular.

O documento descreve também que se o estabelecimento promover candidaturas das eleições, por mercadorias ou pela internet, deverá pagar multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento.

“Ordeno que a representada Casa de Carnes Frigorífico Goiás abstenha-se de praticar qualquer ato comercial em seu estabelecimento ou na internet que utilizando-se da divulgação preços de mercadorias ou por qualquer outra forma tenha a finalidade de promover, ainda que disfarçadamente, candidatura nas Eleições de 2022”, escreveu o juiz.

Recusa

O Ministério Público Eleitoral (MPE) apura se policiais federais se recusaram a prender empresários bolsonaristas por crime eleitoral, em Goiânia. Em um documento, procuradores questionam as ações de PFs durante fiscalização da promoção da “picanha mito” a R$ 22.

Em nota, a Polícia Federal disse que recebeu a requisição do MPE para apuração dos fatos e que realiza diligências que instruirão os correspondentes inquéritos policiais. Com a investigação em curso, a PF disse que fica impossibilitada de fornecer informações ou detalhes dos casos.

No documento, os procuradores relatam que, no dia 2 de outubro, dia do primeiro turno das eleições, o Frigorífico Goiás, localizado em Goiânia, anunciou uma promoção chamada de “picanha mito” a R$ 22 o quilo e gerou um grande tumulto na porta do local. 

A propaganda usava a imagem do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Uma mulher morreu após passar mal durante o tumulto, enquanto tentava adquirir um produto da promoção.

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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