Fuga de traficantes na Rocinha: Polícia evita guerra urbana, diz governador Castro

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A polícia foi empurrando eles para a mata para evitar uma guerra urbana’, diz Castro sobre fuga na Rocinha

O governador foi questionado pelo DE sobre o registro de um drone da Polícia Militar de uma movimentação de dezenas de bandidos na Rocinha, enquanto o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) subia a comunidade.

O governador Cláudio Castro (PL) afirmou nesta quinta-feira (5) que a fuga de traficantes da Rocinha, no último sábado (31), foi na verdade “a polícia empurrando criminosos para a mata para evitar uma guerra no coração da Zona Sul”.

Castro foi questionado pelo DE sobre o registro de um drone da Polícia Militar de uma movimentação de dezenas de bandidos na Rocinha, enquanto o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) subia a comunidade.

A ação foi revelada pela jornalista Vera Araújo, no jornal O Globo, e as imagens foram posteriormente obtidas pelo Bom Dia Rio. O comboio, fortemente armado, saiu da Dioneia, localidade no alto do morro.

“Eles estavam numa área extremamente urbana. Tivemos o maior cuidado de não ser [feita uma operação em] um dia de aula, num horário que as pessoas não estivessem na rua para evitar uma guerra urbana. A polícia foi empurrando eles para a mata. Tínhamos mandados de busca e prisão. A operação tem um valor principal: a vida das pessoas. Tivemos cuidado para evitar uma guerra no coração da Zona Sul”, disse Castro.

“Foi uma operação sem nenhum efeito colateral. Mas temos que observar o número de criminosos de fora do Rio. Uma imagem daquela, de diversos criminosos armados, mostra que esse problema não resume ao Rio. Temos que ter o governo federal aqui. Aquele arsenal não foi fabricado no Rio”, emendou.

As imagens foram registradas por um equipamento com capacidade de filmar em baixa iluminação, à noite. Horas depois as autoridades localizariam 2 mansões e 2 prédios destinados a “hospedar” 110 criminosos cearenses.

Segundo Castro, se houve vazamento da operação, “foi do Ceará”. “Foi uma investigação da Polícia do Ceará. Então, nesse aspecto, a operação foi bem-sucedida. Não houve guerra. Sobre vazamento, se houve, foi do Ceará. Aqui temos os dados compartimentados. Tem que ter uma investigação de quem cedeu essas imagens. Se cedem para jornalistas, cedem para quem está naquele lugar.”

O drone flagrou os criminosos usando roupas camufladas para dificultar a visualização em meio à vegetação densa. Todos estavam armados com fuzis e outros armamentos de grosso calibre.

Segundo a polícia, os drones têm sido fundamentais para ampliar o alcance das investigações e monitorar movimentações em áreas de difícil acesso.

A operação teve como objetivo capturar criminosos oriundos do Ceará que estariam escondidos na Rocinha. Ao todo, 29 suspeitos eram alvos da ação, mas ninguém foi preso. Um policial militar ficou ferido durante o confronto.

A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público e o Governo do Ceará, com apoio de tropas especializadas da PM. De acordo com as investigações, os criminosos estariam envolvidos em cerca de mil assassinatos no Nordeste nos últimos 2 anos, mesmo operando a partir do Rio de Janeiro.

Durante a operação, a polícia apreendeu drogas, armas e munição e prendeu um homem com mandado de prisão em aberto. Os criminosos estavam escondidos em imóveis de luxo e prédios na comunidade, mas conseguiram escapar pela mata assim que a operação teve início.

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