Raquel Lyra demite policial civil dono do maior clube de tiros do Brasil
Decisão foi assinada pela governadora quase dois anos depois que o escrivão Diego de Almeida Soares teve a demissão solicitada pela Corregedoria da SDS. Ele responde a processo por venda ilegal de armas.
Diego de Almeida Soares, em imagem retirada de redes sociais — Foto: Reprodução/TV Globo
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), demitiu o policial civil Diego de Almeida Soares, que responde a um processo na Justiça por venda ilegal de armas. Segundo inquérito da Polícia Federal, ele era dono do CTA Clube de Tiro, em Caruaru, no Agreste do estado. Até ser fechado, em 2023, o local era considerado o maior estabelecimento desse tipo no Brasil (relembre o caso abaixo).
A decisão foi publicada no Diário Oficial da quarta-feira (18), quase dois anos depois que a Corregedoria-Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) solicitou a demissão do servidor por ter empresas em seu nome, o que fere o estatuto dos policiais civis.
Além do clube de tiros, o escrivão era sócio da loja Shop do Atirador, que também funcionava em Caruaru e encerrou as atividades após as investigações. O g1 tenta contato com a defesa de Diego de Almeida Soares.
O agora ex-policial, que foi presidente da Associação dos Policiais Civis de Pernambuco (Aspol) até 2023, ficou conhecido por ser alvo de uma operação da PF. Ele também se tornou réu em processos que envolvem falsidade ideológica e uso de documento falso.
De acordo com a publicação do Diário Oficial, o ex-servidor foi demitido pelas infrações previstas no artigo 31 da Lei Estadual 6.425, de 1972, que proíbe os policiais de participar da gerência de empresas e de exercer comércio ou participar de sociedade comercial.
O pedido de demissão de Diego Almeida Soares foi publicado no Boletim Geral da SDS no dia 21 de março de 2023, quando foi remetido para a governadora Raquel Lyra, que tem a palavra final sobre esse tipo de processo disciplinar, como determina a lei.
No texto do boletim, a então secretária estadual de Defesa Social, Carla Patrícia Barros da Cunha, disse que acatou sugestões e pareceres da 5ª Comissão Permanente de Disciplina da Polícia Civil e da Corregedoria. Todos os documentos apontavam para a pena de demissão.