Funcionários da Comurg decidirão em reunião a continuidade da greve

Trabalhadores da Comurg definirão em assembleia na tarde desta quarta-feira (02), se permanecerão em greve. A paralisação começou na última sexta-feira. O movimento que possui 50% dos servidores paralisados se diz contra a decisão do Tribunal de Contas Municipal que liberou a Comurg de cumprir acordos como a Convenção Coletiva de Trabalho e o Acordo Coletivo (2016/2018).

O presidente do Sindicato dos Empregados Empresa de Asseio Conservação (Seacons) Rildo Ribeiro de Miranda falou sobre situação. “Ficou decidido que o sindicato vai levar para uma assembleia às 16 horas com os trabalhadores sobre a proposta de tentar conciliar isso nessa semana ainda. Será feita uma reunião com o Ministério Público Estadual, Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Prefeitura, sindicato e Comurg e um representante do Tribunal Regional do Trabalho”.

Segundo Rildo, a greve é legal e a Comurg não pode penalizar nenhum trabalhador que estiver de greve. Ele disse que a Comurg e a cidade foram comunicados com 72 horas de antecedência. Além disso, o TRT pediu para que o aterro sanitário não fosse fechado por se tratar de saúde pública.

O presidente disse que irá acatar a decisão dos trabalhadores. “A gente do sindicato espera que todas as vias de negociações sejam esgotadas. Se não houver outro caminho, o sindicato vai acatar. A procuradoria ainda vai marcar o dia de uma nova reunião, o que deve ocorrer na sexta-feira, mas o quanto antes melhor”.

Rildo ainda criticou o corte no salário dos funcionários e afirmou que pode ser corrigido pela Comurg. “Dá tempo de corrigir os cortes feitos . Dá tempo. Do jeito que eles tiraram com dez minutos eles colocam com dez. É só rodar a folha de pagamento”.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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