Furacão Milton avança mais rápido e moradores da Flórida correm para se preparar

O furacão Milton, que inicialmente tinha previsão de chegar à Flórida na madrugada de quinta-feira, 10, teve sua chegada antecipada para a noite desta quarta-feira, 9, devido a uma mudança em sua rota. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, a tempestade pode atingir a costa às 23h no horário local (00h de Brasília), perto ou ao sul de Sarasota. A alteração no trajeto fez o furacão avançar mais rapidamente, deixando menos tempo para que a tempestade enfraqueça antes de tocar o solo.

Com ventos sustentados que chegaram a 281 km/h, Milton foi classificado como categoria 5 devido ao calor recorde das águas do Golfo do México, intensificando-se em uma velocidade quase sem precedentes. Apesar da possibilidade de enfraquecer para categoria 3 ou 4 ao se aproximar da costa, os especialistas alertam que o furacão Milton deverá crescer em tamanho, ampliando o raio de seus impactos perigosos.

Os moradores da Flórida, ainda se recuperando dos danos causados pelo furacão Helene, estão em alerta máximo. Autoridades locais, como o prefeito de Bradentown, Gene Brown, pediram que quem permanecer na região tome medidas extremas, como escrever seus nomes nos braços para facilitar a identificação em caso de fatalidades. “Deus nos proteja”, escreveu uma moradora em redes sociais.

Em pânico, residentes de cidades como Tampa, Naples e Gainesville esvaziaram prateleiras de mercados, comprando água e alimentos não perecíveis. Mercados tiveram que limitar a quantidade de produtos por cliente devido à alta demanda. Além disso, longas filas se formaram em postos de gasolina, com muitos cidadãos relatando dificuldades para encontrar combustível. “Vou aproveitar cada gota que puder”, afirmou Bob Jennenwein, após visitar três postos antes de conseguir abastecer.

Graci Lovering, uma fazendeira da região central da Flórida, compartilhou nas redes sociais que marcou seus animais com tinta impermeável, escrevendo seu número de telefone para facilitar a localização deles após a tempestade. Ela acredita que deixar os animais fora do celeiro é mais seguro, pois “eles sabem como agir em situações como essas”.

Com os ventos já atingindo 250 km/h, muitos moradores que decidiram permanecer estão reforçando suas casas, colocando painéis de madeira nas janelas para se protegerem dos destroços que podem ser arremessados pela força do furacão.

As autoridades continuam alertando sobre os riscos de permanecer nas áreas atingidas e pedem que todos os moradores se preparem para uma tempestade de grande intensidade, que pode trazer consequências devastadoras.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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