Fux mantém Magal na Prefeitura de Caldas até segunda

O advogado de defesa de Evandro Magal e Fernando Resende teve pedido de reiteração de posse deferido pelo ministro Luiz Fux na madrugada desta sexta-feira, 19. A liminar do ministro foi despachada na madrugada de hoje e mantém os evolvidos na prefeitura até segunda-feira, 22.

O presidente da Câmara, Josimar de Oliveira (SD), deve reassumir interinamente, a pasta na próxima semana, e manter o afastamento dos secretários de comunicação (João Paulo Teixeira), de trânsito (Leonardo Marinho de Melo), bem como a procuradora geral do município (Julianna Glorisse Rocha). Assumiram: Cláudio Alvarenga (comunicação); Geraldo “GG” (trânsito) e Cleomar Montes (procuradoria).

Josimar afirma que as mudanças são emergenciais para garantir lisura e transparência na administração. “Estou aqui para assumir a responsabilidade que a mim foi designada e, na medida do possível, atender as necessidades da população que clama por mais qualidade no atendimento à saúde pública e por infraestrutura das vias públicas. A começar, pela malha asfáltica que está precária”, afirma Josimar.

Cassação de mandato deve manter Magal inelegível por oito anos

Evandro Magal e Fernando Resende foram condenados por abuso de poder (propaganda irregular em período eleitoral) e ficarão inelegíveis por oito anos. A decisão foi julgada dia 19 de dezembro de 2017, mas só foi publicada na última quarta-feira, 17, no Diário Oficial, por conta do recesso judiciário, pelo juiz Fabiano Abel de Arão Fernandes em 2ª instância.

Para o advogado especialista em direito eleitoral Dyogo Crosara, a decisão do TRE a favor da cassação do mandato do prefeito afastado, Evandro Magal e seu vice, mostra que a justiça eleitoral não tolerará atos ilícitos nas campanhas eleitorais deste ano. “Neste caso, a condenação por abuso de poder confirma a politica de fiscalização e punição do tribunal nas próximas eleições. É um recado para os candidatos de que a justiça eleitoral está de olho em condutas de abuso de poder”, avalia.

Em relação à inelegibilidade dos envolvidos, o especialista diz que o processo não acabou e não descarta a possibilidade do TSE acatar o pedido da defesa e conceder limitar para reassumirem os cargos. “Como ainda cabe recurso, Magal pode reassumir o cargo de prefeito e, se vencer no TSE, pode até derrubar a punição de ficha suja. Da mesma forma que pode ser condenado pelo TSE, porque cada processo tem sua particularidade e a justiça suas indefinições, mesmo assim o TRE está mandando o recado de que não abrirá mão de investigar casos do gênero”, explica Dyogo.

De acordo com o relatório do juiz Fabiano Fernandes, os evolvidos agenciaram e financiaram mais de 200 publicações em veículos de comunicação de Caldas Novas, em menos de um ano com o intuito de promover a figura pública de Evandro Magal. O juiz reiterou ainda que nas duas semanas que antecederam as eleições foram publicados 24,2 mil exemplares. “Se isso não configura abuso dos meios de comunicação, não sei o que mais poderia significar.”

O prefeito e seu vice tiveram os mandatos eleitorais cassados em 1º instância, em abril de 2017, pelo juiz Tiago Luiz de Deus, da 7º zona eleitoral de Goiás, mas permaneceram no cargo por meio de mandato de segurança até o julgamento. A ação também envolve o secretário de Comunicação, João Paulo Teixeira, que foi exonerado do cargo, e o proprietário do jornal “É+Notícias”, Eric Roberto Pessoa. Em nota, os citados informaram que “respeitam a decisão do Tribunal Regional Eleitoral e que vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral”.

Patrícia Santana

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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