Galeria de arte em Goiânia comemora um ano de sua chegada à capital

Neste mês de maio, a Cerrado Galeria completa o seu primeiro ano na capital goiana. A Cerrado chegou a Goiânia no dia 4 de maio de 2023 e, desde então, foram mais de 10 exposições, que vêm contribuindo cada vez mais com o crescimento do cenário artístico e cultural da cidade.

O espaço é fruto da sociedade entre três galeristas com mais de 30 anos de atuação no mercado de arte: Antônio Almeida e Carlos Dale, sócios-fundadores da Almeida & Dale Galeria de Arte, em São Paulo, e Lúcio Albuquerque, sócio-fundador da Casa Albuquerque, agora também Cerrado, em Brasília. A Cerrado tem como missão conferir visibilidade nacional à produção local e apresentar novos e consagrados artistas na região, contribuindo, assim, para estimular e valorizar a cultura por meio da arte.

Lúcio Albuquerque explica que a percepção da riqueza do estado de Goiás, aliada ao boom imobiliário vivido na capital, impulsionou a vinda da galeria a Goiânia. Além disso, a Cerrado propôs para a cidade um projeto inédito, voltado para a expansão nacional de divulgação dos artistas. “Além da sustentação dos artistas da região que trabalham conosco, nossa intenção sempre foi promover um rico intercâmbio, tanto trazendo para Goiânia trabalhos que entendemos serem relevantes quanto transgredindo os limites da capital e levando para fora os artistas que representamos”, afirma.

Grande diferencial

O local que abriga a Cerrado em Goiânia é uma casa modernista na Rua 84, no Setor Sul, projetada por David Libeskind, cujos azulejos originais foram conservados a fim de preservar esse marco da arquitetura goiana que já abrigou a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Goiás (IPHAN-GO). A escolha do espaço foi, de acordo com Lúcio, uma das decisões mais assertivas para o crescimento da galeria no último ano.

“Resgatar uma casa icônica no centro da cidade implica não apenas em nortear uma nova ocupação, mas também aproximar a arte das pessoas, convidando-as a ter outro olhar para a manifestação cultural e arquitetônica de Goiânia. Não tenho a menor dúvida de que a escolha deste local para a Cerrado foi determinante para o sucesso do nosso projeto”, garante o sócio.

Representação e visibilidade

Hoje, a Cerrado Galeria representa e exibe obras de cerca de 20 artistas, entre eles: Adriana Vignoli, Amilcar de Castro, Dalton Paula, Estêvão Parreiras, Evandro, Ieda Jardim, José Bento, Kboco, Luiz Mauro, Manuela Costa Silva, Mateus Dutra, Matias Mesquita, Miriam Inez, Paulo Pires, Raylton Parga, Siron Franco e Talles Lopes. Para Estêvão Parreiras, o espaço tem contribuído para a manutenção, refinamento e visibilidade do mercado de arte local, fortalecendo artistas de diferentes gerações do estado de Goiás.

“A galeria tem dado visibilidade ao meu trabalho a partir de inserções em excelentes coleções, exposições coletivas e participações em grandes feiras de arte, como a Rotas Brasileiras/SP-Arte 2023, SP-Arte 2024 e, ainda neste mês de maio, uma exposição simultânea com o artista Paulo Pires (MT), na Cerrado Galeria de Brasília/DF. A parceria com a Cerrado Galeria tem sido de enorme importância para o meu crescimento como artista visual, pois ela apresenta uma profissionalização necessária para o desenvolvimento de carreira e pesquisas dos artistas representados”, afirma Estêvão.

Manuela Costa Silva reitera que a Cerrado tem tido um papel fundamental em destacar Goiânia tanto no contexto histórico quanto contemporâneo da arte regional e nacional, congregando produções antigas e atuais. A artista assegura que, ao fornecer uma experiência cultural concreta e próxima ao público, “a galeria contribui para que a capital esteja dentro do circuito artístico nacional”.

Assim como Estêvão, Manuela conta como a galeria tem contribuído para o seu crescimento por meio das feiras de arte e exposições. “A Cerrado Galeria tem me dado oportunidades e reconhecimento profissional, ao abrir caminhos para que o meu trabalho alcance diversos agentes da arte, colecionadores, curadores, artistas e o público em geral. Dessa forma, com o aporte da galeria, tenho passado pelo processo privilegiado e raro de conseguir crescer nessa profissão tão sonhada e tão difícil”, declara Manuela.

Futuros projetos

Para este ano, Lúcio Albuquerque conta que os planos são intensificar o número de exposições anuais e inaugurar a nova sede da Cerrado Galeria na capital federal, prevista para o segundo semestre – o que deve intensificar as trocas de trabalhos entre as praças Goiânia-Brasília. Além disso, o objetivo é trazer à galeria nomes internacionais relevantes, a fim de exaltar os artistas da região Centro-Oeste.

“Na nossa última exibição, da artista trindadense Miriam Inez da Silva, trouxemos o curador italiano Cristiano Raimondi para conhecer a Cerrado Galeria, ação que deve gerar uma exposição internacional para alguns dos artistas representados por nós. Queremos seguir com esse movimento, pois temos consciência de que, levando nossos artistas para além das fronteiras do país, ajudamos a impulsionar o próprio mercado de arte local”, diz.

Manuela Costa Silva reafirma sua expectativa de que Goiânia ganhe cada vez mais espaço no circuito de arte nacional, assim como ocorre no eixo Rio-São Paulo. “Há muita potência no Centro-Oeste e a Cerrado Galeria reconheceu a fertilidade do nosso solo”. Estêvão concorda: “A Cerrado desempenha um papel importantíssimo de profissionalização e educação do cenário local, contribuindo com esse aspecto em Goiás, que, por anos, tem se mostrado um grande formador de artistas extremamente potentes”, finaliza.

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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