Última atualização 10/05/2022 | 16:15
Para este garoto de Anápolis, o autismo não é um obstáculo grande o bastante para barrar o seu desenvolvimento no jiu-jitsu. Aos sete anos de idade, Miguel Elias Lemos dos Santos já possui medalhas de ouro no currículo, sendo a mais recente uma vitória no Sul-Americano da categoria. Apesar das dificuldades, o jovem vem superando as barreiras através do esporte.
Um garoto de Anápolis
A iniciação esportiva do garoto de Anápolis não foi fácil. O Diário do Estado entrou em contato com Kaisy Cristinne Lemos dos Santos, mãe de Miguel, a fim de conversar a respeito da trajetória do filho. O jiu-jitsu não foi a primeira escolha de Kaisy, mas foi a que deu certo.
“No começo foi muito difícil, porque ele não aceitava que pegasse nele e jiu-jitsu é um esporte de contato físico. Então, ele chorava muito, não treinava. Foram quase três meses assim, mas com o tempo ele foi se acostumando com o professor. Hoje, ele ama jiu-jitsu”, conta Kaisy. Em outras modalidades, Miguel não demonstrou interesse.
O processo de adaptação foi complicado, mas, com o tempo, Miguel foi evoluindo. “Ele se tornou uma criança mais comunicativa depois que começou. Hoje, ele deixa que peguem nele, antes não deixava. Ele já conversa com algumas pessoas e brinca com outras crianças, porque ele não brincava. Ele sorri mais também”, descreve a mãe.
Até o momento, Miguel Elias disputou um total de dez campeonatos dentro e fora de Anápolis, sendo que cinco vezes terminou no lugar mais alto do pódio.
As conquistas de Miguel
Miguel Elias entrou no jiu-jitsu há cerca de um ano. Entre as competições que o garoto participou, destacam-se: Goiânia Open de Jiu-Jitsu (1º lugar), Internacional Prime Experience Jiu-Jitsu (1º lugar), Copa Santa Maria (1º lugar), Internacional GDF Cup (3º lugar) e, mais recentemente, o Sul-Americano GI NOGI CBJJE (1º lugar).
Quatro dos torneios foram em Goiânia, outros quatro em Brasília, um em São Paulo e um interno em Anápolis, o qual também venceu. “A cada campeonato ele melhora mais. Por ele ser autista, quando vai lutar em campeonato ele ainda dá crises de choro antes de entrar, mas isso está melhorando”, explica Kaisy.
A mãe de Miguel deseja continuar firme e forte com o filho no jiu-jitsu. No entanto, o dinheiro também é um percalço, pois vários campeonatos necessitam do pagamento da inscrição. Para lutar em São Paulo, Kaisy precisou fazer duas rifas para que Miguel conseguisse participar, e no próximo dia 22 de maio haverá uma nova disputa.