Garoto de programa é preso suspeito de matar e roubar arquiteto

Um garoto de programa, identificado pela Polícia Civil (PCGO) como José Henrique, foi preso suspeito de matar um arquiteto e professor universitário de 64 anos. Segundo a PCGO, o jovem foi preso na segunda-feira, 25, pelo homicídio e por ter roubado dinheiro das contas bancárias da vítima, além de ter utilizado os cartões de crédito e ter utilizado imagens do corpo para validação por biometria.

De acordo com a corporação, a equipe foi acionada após o setor de segurança de um banco em que a vítima era correntista identificar uma ação suspeita na validação por biometria. Nas imagens encaminhadas era possível ver um braço erguendo a cabeça do arquiteto. Com isso, os policiais foram até o prédio em que o professor residia, no Setor Oeste, e encontraram o suspeito, que tinha uma tatuagem parecida com a da foto enviada ao banco.

Incialmente, o suspeito mentiu sobre a identidade, mas foi identificado e verificaram que José Henrique também é acusado de outros crimes de furtos e estelionato.

Então, os policiais, bem como o suspeito e uma zeladora do prédio foram até o apartamento do arquiteto e o encontraram morto no banheiro, com um crucifixo na mão e uma corda em volta do pescoço, pendurada na janela. Conforme informou a PCGO, o jovem teria confessado o crime e, para simular um suicídio, levou o corpo para o cômodo e forjou a cena.

Ao Jornal Diário do Estado (DE), o delegado Daniel Oliveira disse que o crime teria sido motivado por ciúmes. “Ele alega que teria sido uma discussão com a vítima, por conta de ciúmes por parte do arquiteto”, afirma.

Crime

A PCGO informou ainda que, após matar o arquiteto, o suspeito se apossou das contas bancárias e cartões da vítima, fato evidenciado pelas tentativas de movimentações, transferência via pix para a própria conta e compras no camelódromo no Setor Campinas.

De acordo com depoimento do suspeito, depois de finalizar as compras e deixar os objetos em casa, localizada no Jardim Esmeralda, ele teria retornado até a casa do arquiteto para simular o suposto suicídio. Posteriormente, José Henrique planejava acionar a polícia, mas o plano foi interrompido pela PCGO na calçada do prédio.

Vínculo afetivo

O arquiteto e o suspeito teriam se conhecido por meio de uma plataforma de divulgação de serviços de prostituição e, segundo José Henrique, após vários programas, teriam criado um vínculo afetivo. De acordo com ele, o idoso teria passado a presenteá-lo e efetuar pagamentos de contas diversas. Entretanto, depois da discussão ele teria esganado o arquiteto com as próprias mãos.

Um documento fornecido pelo banco mostra que entre a madrugada e às 11h de segunda-feira, foram efetivados R$ 3.198,27 em gastos com o cartão de crédito da vítima, o suspeito tentou passar ainda R$ 7.494 e transferências de PIX e TED no valor de R$ 66.050.

Em uma outra conta também houve transferência por PIX da conta da vítima para a conta do suspeito, no valor de R$ 470.

De acordo com o delegado, ao DE, o crime deve ter acontecido entre 21h12 do dia 24 de setembro e 00h33 do dia 25. “Considerando que a primeira tentativa de transferência bancária a partir da conta da vítima, no valor de R$ 10.000,00, se deu às 00:33:16h, bem como que, a chegada de José Henrique no prédio da vítima se deu por volta das 21:12h do dia 24, a morte de Roberto se deu em algum momento desse intervalo, isto é, após as 21:12h do dia 24 e antes das 00:33:16h do dia 25”, explica.

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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