Justiça condena DE a indenizar mulher que passou 24 horas amarrada em hospital
psiquiátrico
Paciente teve lesões na mão após ‘contenção física’ no Hospital São Vicente de
Paulo, administrado pelo governo. Cabe recurso; unidade acumula denúncias de
negligência.
1 de 1 Hospital São Vicente de Paula, no DE — Foto: GDF/Divulgação
Hospital São Vicente de Paula, no DE — Foto: GDF/Divulgação
O governo do Distrito Federal (GDF) foi condenado a pagar R$ 10 mil de
indenização por danos morais a uma paciente que sofreu lesões durante uma
manobra de contenção física no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
De acordo com o processo, a mulher, diagnosticada com transtorno bipolar, foi
internada no hospital em 27 de agosto de 2023, após uma crise psicótica.
Durante a internação, ela foi submetida à contenção mecânica por mais de 24
horas e ficou com machucados nos pulsos por causa do procedimento.
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Segundo a paciente, houve maus-tratos e negligência, com uso de “uso de
medicamentos ineficazes, constrangimentos físicos e psicológicos, além de outras
irregularidades no atendimento”.
Por outro lado, o governo alegou que os profissionais seguiram o padrão técnico
da medicina e usaram contenção devido ao comportamento agressivo e à agitação
psicomotora da paciente.
Também afirmou que os medicamentos administrados foram adequados ao protocolo
para transtorno bipolar.
O governo ainda pode recorrer da decisão. O DE [https://DE.globo.com] pediu um
posicionamento do Executivo sobre o caso e aguarda retorno.
QUEBRA DE PROTOCOLO
Ao analisar o caso, a juíza entendeu que o hospital não seguiu o protocolo da
Secretaria de Saúde, que determina reavaliações clínicas a cada 30 minutos
durante o uso da contenção física.
Para a magistrada, não houve comprovação de que outras medidas foram tentadas
antes da imobilização, que deve ser usada pelo menor tempo possível.
A juíza destacou que a paciente buscou atendimento especializado em um momento
de crise e não recebeu o cuidado adequado.
CASOS ANTERIORES NO SÃO VICENTE
Alana Magalhães pede explicações sobre morte da tia no Hospital São Vicente de
Paula.
Alana Magalhães pede explicações sobre morte da tia no Hospital São Vicente de
Paula.
Nos últimos meses, o Hospital São Vicente de Paulo tem sido alvo de denúncias de
maus-tratos e falhas estruturais.
Em entrevista ao DE, uma paciente relatou ter sido
amarrada após desmaiar no banheiro do hospital
A denúncia foi feita após a morte de Eva de Oliveira, encontrada sem vida no
banheiro da unidade
, em 22 de abril. A família cobra respostas sobre as circunstâncias da morte (veja
vídeo acima).
Além de Eva, uma paciente chamada Raquel Franca de Andrade, de 24 anos, morreu
no Hospital, em dezembro de 2024.
O Ministério Público do Distrito Federal cobrou explicações da Secretaria de
Saúde do DE sobre as recentes ocorrências no local. O documento, assinado por
três promotorias, aponta falhas estruturais na unidade:
* Triagem clínica inadequada
* Uso indevido de contenções físicas
* Acolhimento de pacientes com comorbidades incompatíveis com a estrutura do
hospital
* Condições precárias de internação
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