Última atualização 17/05/2022 | 10:35
Com as previsões de temperaturas mais baixas para a próxima semana – e poucas chuvas ao longo do mês de maio – produtores goianos estão preocupados com o milho safrinha. Até agora, a produtividade caiu 11%. Se continuar neste ritmo, podem aumentar os preços do milho para culinária, na produção da pamonha, por exemplo, e também para consumo de animais.
De acordo com o coordenador institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária do Estado (Ifag), Leonardo Machado, a queda na produtividade é resultado da falta de chuva. “Estamos na fase em que as espigas estão sendo formadas. Se não chover, vão ficar espigas com poucos grãos ou com peso muito leve, baixando a produtividade”. Segundo o especialista, se chover nos próximos dias, ainda estará em tempo. “Precisa chover no sudoeste do estado e no entorno de Brasília. A região que mais preocupa é o entorno”, comenta. A colheita do milho safrinha acontece nos meses de julho e agosto.
Milho deve receber chuva, mas enfrentará geada
De acordo com o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, a chuva deve chegar tanto no sudoeste quanto no entorno, mas de forma tímida. “Neste fim de semana,temos avanço de frentes de instabilidade atuando, na segunda e terça-feira, que pode trazer chuva. Mas não é esperado grande volume”, comenta.
A notícia ruim é a chegada de uma frente fria que promete trazer geada para a região. “Ela vai avançar pelo Brasil central, chegando a Goiás. Pode alcançar Porangatu e até o sul do Tocantins vai esfriar um pouco. Começa na quarta-feira, continua na quinta e, infelizmente, entra uma geada muito intensa na sequência. Geada mata a plantação”, explica Amorim.
Dói no bolso
Se, de fato, chover pouco e a temperatura cair muito, a baixa produtividade do ingrediente da pamonha pode se transformar em valores mais altos no mercado. “Impacta sim o preço dos produtos de milho e também interfere nos subprodutos relacionados à alimentação animal, porque o grão é usado na dieta do gado, por exemplo”, afirma o coordenador institucional do Ifag.
E não é só o preço do milho que reflete o clima. André Amorim, do Cimehgo, lembra que alguns produtos sentem as mudanças do clima ainda mais rápido. “Na semana seguinte a esta frente fria, o preço de hortaliças e folhagens tem potencial de aumentar, porque o produtor que cultiva alface, por exemplo, vai sentir o impacto do frio na horta”, comenta.