O Sul do Brasil enfrenta uma intensa onda de frio, que deve se intensificar nesta quarta-feira, 25, trazendo geadas amplas nos três estados da região. A maior preocupação, no entanto, é a possibilidade de ocorrência da chamada geada negra — fenômeno raro e altamente prejudicial às lavouras, pois congela a seiva das plantas de dentro para fora, provocando danos severos e, muitas vezes, irreversíveis.
Diferente da geada branca, que forma cristais de gelo visíveis sobre o solo e a vegetação, a geada negra não deixa marcas externas aparentes. Segundo a Climatempo, o principal sinal é o escurecimento das plantas, que adquirem um aspecto queimado após o congelamento interno.
Um dos episódios mais marcantes de geada negra no Brasil ocorreu em 1975, no norte do Paraná, quando os cafezais da região foram devastados, causando grandes prejuízos econômicos.
O pico do frio nesta semana está previsto para quarta-feira, com temperaturas mínimas próximas de 0 °C nas Serras Gaúcha e Catarinense, e em torno de 1 °C no centro do Rio Grande do Sul. No norte do Paraná, há alerta para risco de geada em áreas produtoras de café, exigindo atenção especial dos agricultores.
O fenômeno é causado pela atuação de uma massa de ar polar seca, que reduz a nebulosidade e favorece a queda acentuada das temperaturas durante a madrugada.
Apesar da tendência de enfraquecimento do frio a partir de quinta-feira, 26, o fim de semana deve trazer novos desafios climáticos para a região. Um sistema meteorológico deve provocar chuvas intensas no Rio Grande do Sul, com volumes superiores a 100 milímetros em áreas que já foram impactadas por temporais recentemente.
Diante do cenário, meteorologistas recomendam que produtores rurais fiquem atentos aos boletins meteorológicos e adotem medidas preventivas para proteger as plantações, especialmente nas regiões mais vulneráveis às baixas temperaturas e às chuvas intensas.