Pai de gêmeas unidas pela cabeça diz que está ansioso por separação completa: ‘Elas precisam poder ver uma a outra’
Amarildo Batista da Silva demonstrou alívio após fim da primeira cirurgia que vai separar os crânios das filhas Heloísa e Helena e se prepara para segunda etapa do procedimento. Meninas receberam alta na quarta-feira (3).
Gêmeas siamesas recebem alta após primeira cirurgia no Hospital das Clínicas de Ribeirão
Pai das gêmeas siamesas Heloísa e Helena, Amarildo Batista da Silva confessou, na quarta-feira (3), que respirou aliviado após o fim da primeira cirurgia que vai separar os crânios das filhas. As meninas receberam alta 11 dias depois do procedimento.
Heloísa e Helena ainda passarão por mais quatro cirurgias até a separação total, que deve acontecer até o meio do ano que vem. Amarildo diz que não vê a hora de as meninas poderem ver uma a outra e brincarem juntas.
O primeiro dos cinco procedimentos programado até 2026 foi realizado no dia 23 de agosto, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. As gêmeas passam por exames desde 2024, quando o planejamento das cirurgias começou.
De acordo com o HC, Heloísa e Helena, de 1 ano e 8 meses, que são de São José dos Campos (SP), permanecerão em Ribeirão Preto e serão acompanhadas pela equipe multidisciplinar em retornos regulares até a data da próxima cirurgia, que ocorrerá em novembro.
Na quarta-feira, enquanto aguardava a ambulância que levaria as filhas para casa, Amarildo falou sobre a angústia de passar pelo primeiro procedimento, mas afirmou que está mais confiante para os próximos que ainda estão por vir.
Em oito anos, o caso de Heloísa e Helena é o terceiro tratado pelo hospital de Ribeirão Preto, considerado uma referência nacional nesse tipo de procedimento.
Nos últimos anos, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto se tornou referência em cirurgias de separação de gêmeos craniópagos, que nasceram unidos pela cabeça. Desde 2018, a unidade foi reconhecida por concluir procedimentos bem sucedidos de pacientes de diferentes partes do país e acaba de iniciar o tratamento de um terceiro caso.
Meses de estudos, tecnologias como modelos tridimensionais e realidade aumentada, uma equipe de múltiplas especialidades em trabalho conjunto e um planejamento para a realização dos trabalhos em etapas são alguns dos elementos que têm garantido uma mudança de perspectiva para famílias de crianças que nascem com esse problema.