Ao participar de um evento da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (6), o general da reserva Antonio Hamilton Mourão (PRTB), que é candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) disse em seu discurso que o Brasil herdou a “indolência” dos indígenas e a “malandragem” dos africanos. O general também declarou ser favorável a democracia e voltou a dizer que “intervenção militar não é varinha mágica”.
O vice de Bolsonaro falava sobre as condições de subdesenvolvimento e dos conflitos políticos e sociais da América Latina, que intitulou de “condomínio de países periféricos”.
“E o nosso Brasil? Já citei nosso porte estratégico. Mas tem uma dificuldade para transformar isso em poder. Ainda existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui no nosso país, infelizmente. Nós temos que superar isso. Está aí essa crise política, econômica e psicossocial. Temos uma herança cultural, uma herança que tem muita gente que gosta do privilégio. Mas existe uma tendência do camarada querer aquele privilégio para ele. Não pode ser assim. Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa [vereador negro presente na mesa], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, afirmou Mourão.
Ao mencionar a “malandragem” dos africanos, Mourão se desculpou com o vereador Edson da Rosa (MDB), que estava na mesa de autoridades e é negro.
O general, entretanto, defendeu políticas sociais para resolver o problema da violência e do tráfico de drogas, argumentando que só repressão não é suficiente. Entre as políticas sociais para diminuir a insegurança, Mourão citou a criação de escolas e a urbanização de comunidades, onde o tráfico e a milícia controlam serviços como água, luz e internet.