“Genocida” é a palavra campeã de buscas em dicionário online

Segundo dados do Dicio (dicio.com.br), o dicionário online de português mais consultado no Brasil, a palavra “genocida” lidera o ranking das palavras mais buscadas em 2021. Ao longo do ano, foram mais de 4,5 milhões de pesquisas. Comorbidade, pandemia e puérperas compõem a lista das palavras mais pesquisadas.

O diretor de marketing da empresa criadora do Dicio, Paulo Stenzel, acredita que as pesquisas relacionadas a pandemia é ainda pela grande importância que a Covid-19 exerce na rotina das pessoas. “Depois de ter dominado os termos de pesquisas de 2020, a Covid continuou a ser um tema recorrente, seja de forma direta, seja de forma indireta, como foi o caso da palavra genocida, motivada por discussões políticas relacionadas à atuação do governo na pandemia. A própria palavra pandemia, aliás, voltou com força quando o Brasil completou um ano da chegada do vírus ao país”, explicou.

As palavras mais pesquisadas seguem um pico de discussão do tema, por exemplo, o termo “comorbidade”, que significa a associação de duas ou mais doenças, teve seu pico em abril, período em que a campanha de vacinação contra a Covid-19 começou no país. Na época, os grupos prioritários eram a linha de frente da saúde, os idosos e as pessoas com comorbidades.

Da mesma forma, “puérpera”, liderou o mês de maio, isso porque as gestantes e as puérperas, mulheres que acabaram de ter bebês, foram incluídas no calendário vacinal.

As buscas acompanham os temas em discussão

A palavra “empatia” se destacou quando foi anunciado o tema da redação do Enem 2020: “A falta de empatia nas relações sociais no Brasil”. Já a palavra “perseverança” foi bastante buscada em fevereiro, quando o veículo de exploração “Perseverance”, da NASA, chegou a Marte. Em junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, muitas celebridades discursaram em prol do respeito ao grupo, então a palavra “respeito” liderou as buscas na época.

A força da TV na pesquisa pelas palavras

A lista das 10 palavras mais consultadas no Dicio também inclui aquelas que despertaram o interesse ou curiosidade dos brasileiros em função do uso por celebridades da televisão. A gíria “basculho” é um exemplo pois ficou em evidência depois de ter sido usada em uma briga no programa Big Brother Brasil (BBB) 2021 pelo participante Gil.

O competidor disse “Eu não vim do lixo pra perder pra basculho”. Ao ser questionado sobre o significado da palavra, ele não quis explicar, o que causou no site uma grande procura. Segundo o Dicio, basculho significa “pessoa suja, desgrenhada”.

A outra palavra bastante pesquisada foi “limosidade”, campeã de buscas em janeiro. Na época, a participante do BBB, Karol Conka, ao ser eliminada, disse que deveria ter controlado sua “animosidade”. É provável que os telespectadores tenham entendido “limosidade”, por isso a avalanche de buscas.

Já a palavra “diserto”, ao ser pronunciada erroneamente, por Luciano Huck, na Globo, durante o quadro “Quem quer ser um milionário”, em outubro, liderou as consultas. O apresentador disse “disserto”.

No mês de novembro, quando a cantora Marília Mendonça morreu em um trágico acidente de avião, a causa da morte foi constatada como “politraumatismo”, o que também elevou as buscas por esse termo no site.

Palavras mais pesquisadas no Dicio em 2021

1) Genocida: 4,5 milhões de buscas
2) Comorbidade: 413 mil
3) Empatia: 390 mil
4) Basculho: 322 mil
5) Amor: 321 mil
6) Perseverança: 320 mil
7) Respeito: 291 mil
8) Pandemia: 286 mil
9) Estima: 270 mil
10) Hetero: 266 mil

Sobre o Dicio

Criado em 2009, o Dicio recebe cerca de 100 milhões de visitantes únicos por ano e é o dicionário digital mais consultado do Brasil.

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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