Última atualização 10/02/2023 | 17:52
Você já ouviu falar em geração canguru? O termo pode parecer estranho, mas sua explicação é simples: jovens entre 25 e 34 anos de idade que ainda moram na casa dos pais. Por que isso vem acontecendo cada vez mais e quais os problemas que pode causar?
Características da geração canguru
Estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que um a cada quatro indivíduos de 25 a 34 anos ainda moram com os pais. Especialistas apontam que isso é uma realidade diferente de alguns anos atrás. Antes, os jovens tinham mais necessidade de entrar no mercado de trabalho para ajudar no sustento das famílias.
Segundo a psicóloga Vanessa Vilela, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, a geração canguru demora mais a sair de casa por diversos motivos. Entre eles, destacam-se as questões financeiras, sobretudo entre jovens de classe média.
“Os jovens acabam saindo de casa mais tarde, por passarem mais anos se dedicando aos estudos, por optarem por casamentos mais tardios e, claro, por fatores emocionais, econômicos e pelo custo alto de vida nas grandes cidades. Tudo isso acaba alongando o tempo que moram com os pais ou familiares”, explica Vanessa.
Olhando isoladamente, a geração canguru parece apenas uma característica que vem se desenvolvendo nos últimos anos. No entanto, pode ser prejudicial. “Essa situação pode gerar problemas, porque a pessoa não assume o controle e a direção da própria vida, não assumindo as responsabilidades também”, pondera a psicóloga.
De acordo com a profissional, a adolescência é uma fase, um período de transição entre a infância e a idade adulta. Por isso, é um período muito importante no qual a pessoa forma uma identidade própria. Contudo, vários jovens estão ficando com medo das responsabilidades que a vida adulta carrega.
“Todos nós trazemos uma criança e um adolescente dentro do adulto. Quanto mais cedo olhamos para isso com acolhimento, atenção e carinho, mais temos a possibilidade de curar traumas e feridas que ficaram para trás e acabam nos atrapalhando a crescer”, conclui Vanessa.