Gerente contábil Diely Maia: amante da natureza morta ao entrar por engano em comunidade do Rio

Carinhosa, amiga e amante da natureza: quem era a gerente contábil assassinada ao entrar por engano em comunidade do Rio

Crime ocorreu no sábado (28). Diely da Silva, moradora de Jundiaí (SP), morreu e o motorista de aplicativo que fazia a corrida ficou ferido, depois de entrar por engano na comunidade do Fontela. Segundo a família, ela havia viajado para passar a virada de ano no RJ.

Diely Maia Silva, de 34 anos, moradora de Jundiaí (SP), morreu assassinada no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/Redes sociais

Sonhadora, cuidadosa, amiga e amante da natureza são algumas das qualidades atribuídas a Diely Maia Silva, de 34 anos, passageira morta após entrar por engano com um veículo de aplicativo em uma comunidade do Rio de Janeiro, no sábado (28). Ela havia viajado para o estado pela segunda vez para celebrar as festas de fim de ano.

Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o autor dos disparos que mataram a turista é um adolescente de 16 anos que só este ano foi apreendido duas vezes pela Polícia Militar e está com um mandado de busca e apreensão por associação ao tráfico em aberto.

A gerente contábil morava em Jundiaí (SP) há pelo menos oito anos. Conforme familiares, ela foi para a cidade com o intuito de estudar. Se formou e morava com um irmão. Gostava de viajar, celebrar e conviver com amigos, como mostram seus últimos posts nas redes sociais.

Um deles comemora justamente a ida a um evento no Rio de Janeiro: o Rock In Rio, ainda em 2024. “Não tem como descrever essa experiência, só dá pra sentir”, escreveu nas redes sociais, junto a uma série de fotos do festival.

Candiba, na Bahia, sua terra natal, foi outro destino que Diely visitou recentemente. Nas redes sociais, ela publicou várias fotos da viagem e recebeu inúmeros comentários e elogios.

Ainda em seu perfil, a gerente contábil postou por diversas vezes que morava em Jundiaí, em especial quando chegou à cidade. Em quase todas as postagens recentes, havia muita praia e natureza. Nos comentários, após a tragédia no Rio de Janeiro, além dos elogios, surgiram muitas mensagens de condolências e expressão de dor e sentimentos pela partida, incluindo de muitos cariocas.

Além de amante da natureza, Diely também era apaixonada por cálculos. Em sua rede social voltada à carreira, ela se colocava dessa forma. “Baiana e amante das matérias de cálculos, iniciei minha vida profissional ainda como estagiária num escritório de contabilidade. Estágio proporcionado por meio da graduação em Ciências Contábeis que, posteriormente, também me levou ao mundo da contabilidade interna”, disse. Pós-graduada em gestão tributária, ela já havia atuado em empresas de diversos ramos, incluindo o bancário e o automotivo.

“Ela sempre foi muito cuidadosa. Já conhecia o Rio. No ano passado, passou a virada do ano lá também. Era uma menina sonhadora, sempre quis o melhor”, lamenta o primo de Diely, José Suriano.

A turista estava no Rio com mais três amigas para passar o réveillon de 2024 na cidade. No entanto, foi morta com apenas 12 horas no estado.

Por volta das 21h de sábado, ela e as amigas pediram carros de aplicativo. As quatro se dividiram em dois veículos. Um dos motoristas foi pela Estrada dos Bandeirantes. O outro, que levava Diely e uma amiga, seguiu a indicação do GPS e acabou entrando por engano na comunidade do Fontela, em Vargem Pequena, na zona oeste do Rio de Janeiro.

A favela fica a poucos metros do condomínio onde elas estavam. Assim que entrou na comunidade, o carro foi recebido a tiros pelos traficantes. Pelo menos três disparos acertaram o veículo. Diely foi baleada no pescoço e morreu ainda dentro do veículo.

O motorista, Anderson Pinheiro, de 34 anos, foi levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas recebeu alta no domingo (29) e prestou depoimento à polícia. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga as circunstâncias do homicídio.

O corpo de Diely foi enterrado na manhã de terça-feira (31), no Cemitério Memorial de Candiba, cidade do sudoeste da Bahia, onde ela nasceu.

Pelas redes sociais, amigos e familiares homenagearam a turista. Nas publicações feitas pela moradora de Jundiaí, até mesmo moradores do Rio de Janeiro lamentaram a partida de Diely. “Era uma menina meiga e muito alegre, vi ela crescer. Meus sentimentos a toda família”, escreveu uma amiga. “Você foi a pessoa mais incrível que eu já conheci, obrigado por tanto, meu amor. Descanse em paz. Você sempre viverás no meu coração”, escreveu outro amigo. Ainda na última foto postada por Diely, no feed do Instagram, muitas mensagem de pessoas que dizem que moram no Rio falam em vergonha e também prestam condolências à família.

Familiares de Diely já haviam contado ao DE que ela havia acabado de chegar ao Rio quando a tragédia aconteceu. Antes do crime, ela chegou a publicar em suas redes sociais diversos registros na capital carioca, em um restaurante e aproveitando o dia na praia.

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Baile Charme do Viaduto de Madureira: sucesso internacional e tradição cultural carioca

DE destaque em jornal internacional, o Baile Charme do Viaduto de Madureira reúne cerca de 5 mil pessoas por semana e se prepara para o Baile do Branco neste sábado (4). O evento é reconhecido como patrimônio imaterial cultural do Rio desde fevereiro de 2013, o que evidencia a importância e relevância dessa festa, que completa 35 anos em 2025.

Segundo o jornal DE Nova York, o Baile Charme do Viaduto de Madureira é um marco da cultura negra carioca, com forte influência da música norte-americana. O evento já serviu de inspiração para novelas, uniu casais e se consolidou como referência cultural na cidade. O DJ Michell, um dos responsáveis pela organização do baile desde 1994, destaca o esforço coletivo que resultou no sucesso da festa.

Para Michell, a repercussão no exterior reforça o potencial turístico do Baile Charme do Viaduto de Madureira. A visibilidade conquistada colocou o evento como representante da cultura do charme e ganhou reconhecimento em nível mundial. A expectativa para a edição de 2025 é alta, com o primeiro Baile do Branco marcando o início das comemorações pelos 35 anos do baile.

O espaço do Viaduto Negrão de Lima mantém a tradição do Baile Charme, que teve início em 1990 com o bloco Pagodão de Madureira. O sucesso da festa resultou em sua consolidação aos sábados, tornando-se um ponto de encontro para apreciadores da cultura negra e do charme carioca. O ambiente descontraído e animado atrai pessoas de todas as idades.

Além de inspirar novelas, como “Avenida Brasil” e “Volta por Cima”, o Baile Charme do Viaduto de Madureira destaca-se pela mistura vibrante entre a cultura negra norte-americana e o tempero carioca. A música, a dança, as roupas e o grafite presentes no evento representam essa fusão criativa. O DJ Michell ressalta a importância desse intercâmbio cultural para a identidade do baile.

O clima romântico e festivo do Baile Charme do Viaduto de Madureira também abre espaço para o flerte, de forma respeitosa e elegante. O organizador destaca a atmosfera romântica do evento, onde os casais encontram um ambiente propício para se conhecer e se apaixonar. É sob o viaduto que várias histórias de amor se iniciam, como a de Michell e sua esposa, que se conheceram no baile e construíram uma família. A tradição é transmitida para as novas gerações, com crianças demonstrando interesse e participando das atividades do Baile Charme. A festa continua atraindo públicos diversificados e celebrando a cultura negra e o charme carioca ao som de muita música e dança.

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