O gerente da Fazenda Bianco, localizada no município de Cabeceiras (GO), uma das maiores produtoras rurais do estado, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por discriminação de raça ou procedência nacional, praticado contra um caminhoneiro que estava furtando 10 espigas de milho na propriedade. O crime ocorreu no dia 6 de maio deste ano, quando Fernando Rosbach, avistou a vítima, na GO-346.
O promotor de Justiça narra que o caminhoneiro avistou um milharal e estacionou seu veículo e, diante da falta de cercas, decidiu subtrair as espigas de milho. Quando o homem iria guardar o produto na boleia de seu caminhão, foi surpreendido pelo denunciado, que deu um tiro para o alto e começou a gritar ofensas por sua origem de nascimento, aproveitando para filmar as atitudes da vítima, enquanto continuava a praticar a discriminação.
“Vou mostrar como se faz agora com essa goianada. Aqui no Goiás tem essa mania de roubar as coisas dos outros. Eu vou educar esse pessoal”, disse Fernando em um trecho do vídeo, depois de obrigar o homem a devolver as espigas de milho.
Ameaças
Na época, o gerente chegou compartilhar o vídeo nas redes sociais. Porém, depois da repercussão negativa, o caso foi parar na delegacia e começou a ser investigado. Fernando também começou a ser ameaçado por moradores da região, que chegaram a dizer que iriam colocar fogo no milharal, além de produzir vídeos atirando com armas de fogo no local, fazendo menção ao gerente.
Durante a repercussão, o prefeito da cidade de Cabeceiras (GO), Everton Francisco de Matos (Tuta), chegou a ligar para o dono da fazenda, Arno Bruno Weis, denunciando o gerente. O mandante exigiu que Fernando se retratasse pela fala desrespeitosa, alegando que era inadmissível que uma pessoa se achasse no direito de corrigir um erro com exageros e humilhações.