Gilberto Nascimento é eleito líder da bancada evangélica

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Gilberto Nascimento é eleito líder da bancada evangélica com 117 votos, superando Otoni de Paula. A eleição reflete a fragmentação interna do grupo.

Resultado da Eleição

O deputado federal Gilberto Nascimento (PSD-SP) foi eleito líder da bancada evangélica do Congresso Nacional para o biênio 2025-2027. A votação, realizada em 25 de fevereiro de 2025, contou com 183 parlamentares e resultou em 117 votos para Nascimento, superando seu principal adversário, Otoni de Paula (MDB-RJ), que obteve 61 votos. Houve cinco votos nulos. Esta eleição marca uma mudança significativa no processo tradicional de aclamação da liderança, refletindo a crescente fragmentação interna da bancada.

Desafios da Frente Parlamentar Evangélica

A Frente Parlamentar Evangélica, uma das mais influentes do Congresso, enfrenta desafios de coesão devido à polarização política entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A disputa entre esses polos tem acirrado as divisões no grupo evangélico, dificultando o consenso.

Alinhamento Político de Nascimento

Nascimento é considerado alinhado ao conservadorismo e tem o apoio de Bolsonaro e do PL. Nos bastidores, especula-se que sua candidatura tenha o respaldo do pastor Silas Malafaia, aliado próximo de Bolsonaro, mas Nascimento nega qualquer vínculo formal e se apresenta como um candidato independente.

A Disputa com Otoni de Paula

Por outro lado, Otoni de Paula, pastor e deputado desde 2019, se distanciou de Bolsonaro após as eleições de 2022 e passou a se alinhar com o governo Lula. Classificado como representante da ala “moderada” e governista, Otoni criticou o ex-presidente por tentar transformar a bancada evangélica em um “puxadinho” do bolsonarismo e se apropriar do discurso evangélico sem contemplar o grupo com cargos.

Impactos Futuros da Eleição

A eleição de Nascimento é o mais recente capítulo da crescente fragmentação da Frente Parlamentar Evangélica, que já havia enfrentado divisões em 2023. Na ocasião, uma disputa acirrada entre Eli Borges (PL-TO) e Silas Câmara (Republicanos-AM) levou à anulação de uma votação. O então presidente Sóstenes Cavalcante anulou a apuração devido a inconsistências, resultando em um acordo para dividir o comando entre os dois.

Com a polarização política em alta e a proximidade das eleições presidenciais de 2026, o resultado da eleição de Nascimento poderá moldar a orientação política da bancada evangélica nos próximos anos.

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