Gilmar Mendes suspende investigação contra o desembargador que humilhou guarda

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu na última quinta-feira, 14, o inquérito que investiga o desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP ). Em julho de 2020 o desembargador foi filmado insultando um guarda municipal que o multou por caminhar sem máscara em uma praia de Santos , São Paulo. Ele chamou o “analfabeto”, rasgou a multa e ligou para o secretário de Segurança Pública do município para intimidar o guarda.

Em dezembro, o STJ abriu uma investigação em desfavor do desembargador para apurar se aconteceu um abuso de autoridade, porém a defesa de Eduardo Siqueira recorreu ao STF afirmando não ter sido intimada “para apresentar contrarrazões ao agravo” e solicitou a suspensão da investigação.

Na decisão, o ministro Mendes escreveu: “Há verossimilhança na alegação de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que, como consta da certidão de julgamento, a habilitação do requerente somente ocorreu após o início do julgamento do recurso”.

Conforme Mendes, a continuidade da investigação significaria um “risco de ocorrência de prejuízos de difícil reparação ao paciente”. 

“Quanto ao perigo de dano de difícil reparação, a urgência do provimento cautelar é reforçada pela notícia de que o paciente foi intimado pela PGR para prestar depoimento, por videoconferência, acerca dos fatos narrados nos autos”.

A decisão vale até nova deliberação pelo STF.

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STF homologa plano para melhorar condições de presídios

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu homologar o Plano Pena Justa, elaborado pelo governo federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para enfrentar os problemas encontrados nos presídios do país. A questão foi decidida em sessão virtual do plenário, que foi encerrada no último dia 19.

O plano foi protocolado em setembro deste ano no âmbito da ação na qual o Supremo determinou a elaboração de um plano nacional de enfrentamento aos problemas dos presídios brasileiros, como superlotação de detentos e disputas entre facções.

A determinação ocorreu em outubro de 2023, quando o STF estabeleceu o estado de coisas inconstitucional nas prisões do Brasil.

Com a decisão, a União e os estados foram obrigados a elaborar um plano para enfrentar os problemas do sistema penitenciário.

O Plano Pena Justa é composto por quatro eixos que tratam do controle de entrada e das vagas no sistema prisional; qualidade dos serviços prestados e da estrutura, reintegração social e política para não repetição do estado de inconstitucionalidade apontado pelo STF.

O plano também apresenta indicadores e metas para os anos de 2025, 2026 e 2027.

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