Gilmar Mendes veta cultos religiosos presenciais

Nesta segunda-feira, 05, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes vetou a concessão de uma liminar (decisão provisória) para suspender o decreto do governo de São Paulo que proíbe cultos religiosos presenciais no estado devido o aumento de casos e mortes pela Covid-19. O ministro enviou o caso ao plenário da Corte.

A decisão é contrária ao  entendimento do ministro do STF Nunes Marques, que determinou neste sábado, 03, em caráter liminar, que governadores e prefeitos não podem proibir a celebração de atos religiosos desde que seguidos os  protocolos sanitários.

Como as decisões são conflitantes, o plenário do Supremo deverá dar a palavra final sobre a liberação, ou não, dos cultos e missas. Conforme o blog da Andréia Sadi, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, marcou o julgamento para quarta-feira, 07.

A decisão do ministro foi dada em uma ação do PSD em que o partido questiona o decreto do governo de São Paulo, que instaurou medidas emergenciais para o enfrentamento da pandemia. O partido declarou que a restrição é desproporcional e atinge o direito fundamental à liberdade religiosa e de culto das religiões. 

Mendes afirmou em decisão que estados e municípios podem fixar medidas restritivas para o enfrentamento da pandemia, inclusive, o fechamento de templos e igrejas. Acrescentando que restringir cultos não atinge a liberdade religiosa, uma vez que não interfere nas liturgias.

“A restrição temporária de frequentar eventos religiosos públicos traduz ou promove, dissimuladamente, alguma religião? A interdição de templos e edifícios equiparados acarreta coercitiva conversão dos indivíduos para esta ou aquela visão religiosa? Certamente que não”, declarou.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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