Em greve de fome, Glauber Braga recebe Gleisi, Sidônio e Lindbergh
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) recebeu, na tarde deste sábado (12),
a visita da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, do ministro da
Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, e do líder do PT na Câmara,
Lindbergh Farias.
Desde a última quarta-feira (9), quando o Conselho de Ética votou, por 15 votos
a 3, pela cassação de Braga, o parlamentar anunciou que faria uma greve de fome
em protesto. Além disso, o deputado tem dormido nas dependências da Câmara dos
Deputados.
De acordo com assessoria do PSOL, a ministra Gleisi classificou a decisão do
Conselho de Ética como “injusta e desproporcional”. O deputado Lindbergh
afirmou, também de acordo com o partido, que “tem conversado com líderes
partidários no sentido de buscar uma saída desta crise”.
Em nota encaminhada à imprensa neste sábado, o PSOL afirmou que o protesto de
Glauber já soma 84 horas de jejum, com exceção de água, água de coco e
isotônico.
De acordo com a sigla, o parlamentar dorme cerca de quatro horas por noite e, na
última madrugada, assistiu a um episódio da série Black Mirror.
Glauber é acusado de empurrar e expulsar um integrante do Movimento Brasil Livre
(MBL) do Congresso Nacional durante uma confusão em 2024. Na ocasião, o deputado
chegou a chutar o homem.
O PSOL, no entanto, considera o processo no Conselho de Ética uma “articulação
golpista”. Segundo Glauber, o processo é resultado de uma retaliação do
ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), contra as denúncias feitas por ele
no caso chamado de orçamento secreto. Lira nega.
Na última semana, o relator do processo no Conselho de Ética, deputado Paulo
Magalhães (PSD-BA), leu o parecer que pede a cassação de Glauber. No relatório,
Magalhães afirma que o colega “extrapolou dos direitos inerentes ao mandato,
abusando, assim, das prerrogativas que possui”.
O deputado poderá recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara. Se a CCJ rejeitar o recurso, o processo será encaminhado para o
plenário, onde a cassação deverá receber ao menos 257 votos para ser aprovada.