O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que 1,5 milhão de brasileiros tenham glaucoma. A doença é silenciosa e uma das principais causas de cegueiras que poderiam ser evitadas. Esta quinta-feira (26), é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.
“Se olhar a população brasileira com mais de 50 anos, 2% vão ter glaucoma. Na população acima dos 80 anos, 10% têm a doença. Grande parte dos pacientes são idosos. Existem fatores de risco: pessoas negras têm maior incidência de glaucoma e a hereditariedade também influencia”, explica o oftalmologista, professor e diretor do Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof) da Universidade Federal de Goiás.
Segundo o especialista, a maioria dos casos só apresenta sintomas quando a doença já está avançada e prejudicando a visão do paciente. Existe também o glaucoma agudo, menos comum, em que o paciente sente muita dor. Por outro lado, em geral, o problema não dá muitos sinais.
“O glaucoma é uma doença silenciosa e traiçoeira. É como um ratinho comendo queijo. Come pelas beiradas, depois vai para o centro. O sintoma vai vir quando a doença já atingiu o centro”, explica o especialista.
Prevenção e tratamento
Por ser silenciosa, a doença não deve ser identificada apenas quando os sintomas surgirem, mas sim por meio dos exames preventivos. “A única forma de prevenir é fazendo exame precoce”, alerta o médico, pontuando que este cuidado é essencial à população brasileira, que vem vivendo mais – o Brasil é o sexto país do mundo em número de idosos. “Pessoas negras, as que têm histórico na família e as que têm acima de 50 anos de idade devem se prevenir”, alerta o oftalmologista.
Para identificar o glaucoma, são feitos dois procedimentos: o exame de fundo de olho e a medida da pressão ocular. Já o controle do glaucoma pode ser pelo uso de colírio e, nos casos mais graves, cirurgia.
“A primeira opção são os colírios. Existem vários, com diferentes formas de atuação. Eles abaixam a pressão do olho e, por isso, controlam o glaucoma. Em torno de 80% a 85% dos casos são resolvidos com colírio. Nos casos em que não funciona, o próximo passo é cirurgia a laser não invasiva. Existe ainda um implante, que cria uma nova maneira de o líquido ser drenado dentro do olho, diminuindo a pressão intraocular”, detalha Ávila.