Em meio à pressão por anistia a golpistas, Gleisi convoca ministros para reunião nesta segunda-feira. O encontro está marcado para as 10h, no Palácio do Planalto, e também abordará outras pautas importantes, como a PEC da Segurança e mudanças no Imposto de Renda.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), chamou os ministros para participarem da reunião no Palácio do Planalto. A finalidade é discutir estratégias sobre pautas de interesse do governo que estão em tramitação no Congresso. Uma das principais pautas em destaque será a tentativa de anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e os envolvidos no 8 de janeiro.
O tema ganhou relevância nos últimos dias devido ao julgamento da Trama Golpista na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no qual Bolsonaro, ex-assessores e militares são réus por golpe de Estado. Segundo fontes do governo, além do projeto de anistia, os ministros abordarão estratégias para avançar no Congresso com pautas como a PEC da Segurança Pública e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais.
A primeira versão do projeto de anistia começou a circular na quinta-feira, estabelecendo como marco o início do governo Bolsonaro e concedendo perdão a todos os investigados, inclusive aqueles que possam vir a ser condenados no futuro. A anistia é uma das principais demandas dos oposicionistas e um tema central nas discussões da Câmara e do Senado neste segundo semestre.
Apesar disso, a discussão ainda enfrenta obstáculos no Congresso. No entanto, a tendência é de que ganhe mais destaque na próxima semana, com a finalização do julgamento do núcleo crucial da trama golpista na Primeira Turma da Corte, prevista para sexta-feira. A ministra Gleisi Hoffmann destacou em entrevista que qualquer proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro corre o risco de ser alterada em plenário para beneficiar Bolsonaro.
A posição do governo é clara, segundo Gleisi: “qualquer tipo de anistia para quem cometeu crimes contra o Estado Democrático de Direito não pode existir”. A reunião desta segunda-feira será crucial para alinhar estratégias e definir os próximos passos em relação às pautas em discussão no Congresso.